domingo, 23 de maio de 2010

Reuniões, política e movimento estudantil

Nesta semana, com ainda algum tempo livre, tive a oportunidade de acompanhar a reunião expandida do centro acadêmico de filosofia. Com cerca de umas 40 pessoas, o tema era objetivo, e apropriado ao momento: Movimento Estudantil. Em tempos de greve, como agora, é sempre um assunto que ganha repercussão e deve ter seu debate incentivado entre os estudantes e entre os diversos segmentos da universidade, como funcionários, professores e todos que de alguma forma tem participação no seu funcionamento, ou seja, todos nós. Não acredito que implicações no mecanismo de gerenciamento de um bem público devem ser discutidas a portas fechadas. Obviamente, o interesse maior e o conhecimento das pautas pertence aos que convivem e usufruem do ambiente e dos serviços do setor, mas todos tem direito a conhecer a reivindicações e formular opiniões sobre o assunto.

A reunião seria a corroboração de uma anterior realizada pelo centro acadêmico de filosofia (CAF) que haviam estipulado as pautas e o inicio dos diálogos sobre os temas que seriam levados a reunião ampliada. Esta reunião é uma forma de tentar expandir a discussão e legitimar as decisões do centro acadêmico, submetendo-as à apreciação do maior número possível de estudantes. Logo no início da reunião você começa a detectar os personagens principais, que assumem papéis, ou às vezes são revestidos deles pelos outros participantes, principalmente os que se opõe.

Apesar das coisas serem - como quase sempre - muito mais complexas do que a redução de posturas entre direita e esquerda, revolucionário ou pelego, quando foi tratado o tema greve (cujo indicativo havia sido aprovado na reunião anterior do CAF e levado neste dia para votação) viu aquele tradicional discurso de separação entre favoráveis e contrários, colocados de um lado e de outro do Muro de Berlim. Infelizmente com o gasto de tempo e energia nesse empurra-empurra discursivo, as opiniões mais gerais sobre movimento estudantil, mobilização dos estudantes e analise das propostas que causaram a greve ou não ficaram em segundo plano. A impressão que se dá é que se perde muito tempo com agulhadas e insinuações dentro destas reuniões.

No final - muitas vezes o grupo mais participativo na gestão dos CAs retarda ao máximo as votações, para que o número de pessoas que estão na reunião (audiência rotativa) diminua e restem apenas seus "correligionários", que apóiam sua proposta e fariam mais peso na votação - foi decidido pela revogação do indicativo de greve, e pela não participação dos alunos em piquetes do movimento grevista atual. Os alunos da filosofia, por decisão coletiva, não entrarão em greve nem participarão auxiliando os funcionários.

Para mim, o grande problema está nas chamadas "decisões coletivas". Primeiramente porque elas não são tomadas por todos. Apesar de todos poderem participar, quem capacita estas reuniões são apenas um pequeno número de pessoas. As decisões do CAF, que representa os alunos, sinceramente, nunca me representaram. Não sei porque devo seguir suas determinações nem diretrizes, assim como as tomadas nas demais assembléias estudantis. A questão da representação não é apenas de foro intimo, de sentir-se representado ou não. Pois, se observarmos de maneira mais ampla, qual o significado de que a assembléia geral dos estudantes da USP tome decisões em votação com uma parcela irrisória de estudantes, compostos principalmente de granulos partidários. O afastamento da maioria diante deste mecanismo de decisão também não seria um sintoma de que este modelo de representação não serve para os estudantes? Não sei, não pensei profundamente numa proposição assim, mas ainda creio que o silêncio quase sempre também diz alguma coisa.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Copa do Mundo: convocações, espectativas e curiosidades.

Hoje sentimos pela primeira vez no ano aquela tensão típica de momentos decisivos. Dunga finalmente convocou sua seleção. "Sua" porque é dele mesmo. Ninguém mais concorda. Com uma ou duas peças diferentes poderia ter garantido a tranquilidade da preparação, o apoio da população e da imprensa, além de injetar mais qualidade num elenco que prima pelo esforço e pelo rigor tático.

Mas confesso que para criticar o treinador, que até agora tem uma performance irretocável no comando da seleção, é preciso não se importar com todo o trabalho já feito ou estufar o peito e encarar de frente a possibilidade de que mesmo indo bem até então, é possível melhorar. Há algumas posições onde se prefere este ou aquele, mas como eles tem um futebol parecido e jogo semelhante, no final tanto faz. Agora, há ausências clamorosas!!! Sem peças no elenco atual que justifiquem a não convocação destas, seja por característica ou por desempenho.

 Levar o Doni, que mesmo com grande experiência com a amarelinha não tem feito por merecer sequer o banco do seu time na Itália, a Roma, e mesmo após voltar de contusão, não parece ter encontrado o melhor ritmo (claro que é terceiro goleiro, o estepe do estepe, mas no caso de uma gigantesca fatalidade, eu preferia ter o Vitor do Grêmio para contar). O meio-campo, lugar do craque, do cérebro, do motor de um time, vai menos qualificado dependendo totalmente do brilhantismo de um Kaká que talvez não tenha condições físicas adequadas pra desempenhar todo seu futebol. Sem Paulo Henrique Ganso, nem Ronaldinho Gaucho, nem Alex, nem Diego, nem mais ninguém desse oficio criativo, a criação de jogadas dependerá e muito de recuos do Robinho para buscar a bola, de chegadas contundentes de nossos laterais e acima de tudo, de boas partidas de nossos volantes, com boa chegada ao ataque como elemento surpresa (algo que espero principalmente do Ramirez).

A única boa noticia me parece a ausência de Adriano. Mas não vou colocar apenas como mérito do Dunga. O centroavante do Flamengo fez o de tudo para perder sua vaga na copa. Conseguiu. Parabéns.

Acredito que este é um time forte sim, já mostrou isso. É vencedor e tem algo que faz muita diferença num torneio tão rápido: entrosamento. Agora, não há santo que me convença de que uma ou duas peças poriam tudo a perder. Boa parte enfrenta problemas fisicos e técnicos, não chegando talvez em condições de serem jogadores competitivos durante toda a competição. Falta banco e isto é claro!! Se Dunga havia feito um pacto com os jogadores anteriormente, não deveria ter feito. Parece que a certeza da convocação acomodou alguns. 

Espero que esta lista rode. Até porque temos jogadores melhores na reserva da convocação do que no banco de reservas... vamos começar a campanha "MACHUCA BRASIL"!!!  Bora suplentes!!! (Brincadeira viu o.O)

OS 23 CONVOCADOS PARA A COPA-2010

    GOLEIROS                                           
    Júlio César (Inter/ITA)
    Doni (Roma/ITA)
    Gomes (Tottenham/ING)
    LATERAIS
    Maicon (Inter/ITA)
    Daniel Alves (Barcelona/ESP)
    Michel Bastos (Lyon/FRA)
    Gilberto (Cruzeiro)                        
    ZAGUEIROS
    Lúcio (Inter/ITA)
    Juan (Roma/ITA)
    Luisão (Benfica/POR)                                        
    Thiago Silva (Milan/ITA)
    VOLANTES
    Felipe Melo (Juventus/ITA)
    Gilberto Silva (Panathinaikos/GRE)
    Josué (Wolfsburg/ALE)
    Kleberson (Flamengo)
    MEIAS
    Kaká (Real/ESP)
    Ramires (Benfica/POR)
    Elano (Galatasaray/TUR)
    Júlio Baptista (Roma/ITA)
    ATACANTES
    Luís Fabiano (Sevilla/ESP)
    Robinho (Santos)
    Nilmar (Villarreal/ESP)
    Grafite (Wolfsburg/ALE)


LISTA DE ESPERA

Alex - zagueiro do Chelsea-ING


Sandro - volante do Internacional


Marcelo - lateral-esquerdo do Real Madrid-ESP


Ronaldinho Gaúcho - meia do Milan-ITA

Paulo Henrique Ganso - meia do Santos
Carlos Eduardo - atacante do Hoffenheim-ALE
Diego Tardelli - atacante do Atlético-MG


Caso algum dos 23 da 'lista principal' tenha de ser cortado até o dia 31 de maio, Dunga terá de chamar algum atleta entre estes 7 suplentes.


Após 1º de junho, se alguém se machucar, o substituto não precisa estar, necessariamente, na lista de suplentes.

fonte: UOL
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Para não falar que a nossa convocação foi a mais discutida, vou mostrar um verdadeiro absurdo: a convocação da Itália pelo treinador Marcello Lippi. Pode se questionar - e muito - não levar jogadores com Cassano e Luca Toni, agora deixar de fora Del Piero e Totti?????? Del Piero e Totti???????? Se aqui não ficamos satisfeitos com o Dunga, lá estão emputecidos com o Lippi!!! E dá-lhe pressão!!!!! E a imprensa italiana é muito mais corneteira que a nossa...

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A copa tem uma coisa bacana: os hinos!! Acho legal conhecer as melodias, letras e significados que os cercam. Se identificam um coletivo, um momento histórico, uma cultura própria, é sempre algo legal ^^

E vocês sabem qual o hino mais famoso do mundo? Pesquisa feita não não sei por qual instituto, vi a noticia num blog, mas ela é tão plausível que eu não consegui duvidar mesmo com poucas referências. De acordo com a noticia, a pesquisa durou quase um ano, feita em vários continentes e cada entrevistado - que só não poderia citar o próprio hino nacional - falaria o primeiro que le viesse a cabeça. O segundo lugar ficou com a Marselhesa, o populríssimo hino francês, e o primeiro lugar... bem, eu me surpreendi na hora, é melhor você ouvir aqui 

O resultado me faz pensar o que as pessoas entendem por "hino" e o poder que o marketing tem na sociedade moderna, já que é praticamente o vencedor é praticamente um jingle!!! O hino da Fifa ficou em quinto lugar, fora diversos hinos de clubes tanto de futebol quanto de outros esportes... interessante!!!





segunda-feira, 10 de maio de 2010

Votuporanga - dia das mães

Dias calmos, tranquilos, casa em reforma, bagunça, poeira, cachorro maluco, muita gente, muita gente, muita gente!!!

Reviravoltas, indecisões, definições, passos adiante e passos atrás, supresas e alegrias.

Fins de Semana deveriam ser sempre assim... intensos!!

sábado, 1 de maio de 2010

Curtinhas

Coisas que passam pela cabeça no dia a dia:

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Vou instalar um Car System na Carol...

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Me espanta que aquela máxima vitoriana de "Casar pra sair de casa" possua um equivalente nos dias de hoje... das meninas que o pai só permite sair acompanhada da irmã, melhor amiga ou namorado (devidamente credenciado e aprovado pela estância parental).

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É comum se espantar com condomínios de alto padrão ao lado de favelas... mas acho o centro de São Paulo ainda mais idiossincrático.

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Não sou católico, mas reconheço o poder da "aura de templo" que as igrejas possuem. Ao entrar naqueles portões você se percebe repentinamente em outra dimensão, como se o mundo andasse mais vagaroso, sereno. É bem isto que sinto ao visitar a Catedral da Sé... a não ser pela pachorra de colocarem uma lojinha de souvenirs dentro do salão principal... que idéia estúpida!!

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Você sabia que o Hino Nacional Espanhol, conhecida como Marcha Real, não possui letra oficial?  A música permanece a mesma, mas há diversas versões com letra que foram executadas com maior ou menor adesão ao longo dos anos. No ano de 2007, o Comitê Olímpico de lá fez um concurso para eleger uma letra que seria cantada pelos espanhóis em eventos esportivos, para depois pleitear o lugar de "letra oficial". O texto vencedor não conseguiu agradar, sendo até hoje mais famosa a letra utilizada durante o Regime Franquista, mesmo sendo deixada de lado pelo governo que tenta se desvencilhar de qualquer lastro com aquele período.

Pessoalmente acho estupidez... a letra utilizada no período ditatorial não possui nenhum traço ofensivo, autoritário ou que ofenda a memória dos cidadãos que sofreram com o regime. É uma letra belicosa, ufanista, pregando união e integração social como todas as outras costumam ser. Em todo caso, o que ela representa talvez justifique uma nova letra. Não sei como deve ser este sentimento. Felizmente não vivi numa ditadura.