sábado, 27 de março de 2010

Sábado futebolístico

Neste sábado, dia 27 de Março, consegui ir pela primeira vez no ciclo de palestras "A História do Brasil nas Copas". Já não era sem tempo!! Estava planejando nos últimos dois sábados em que ocorreu, mas por motivos de força maior (leia-se: sono, já q teria que levantar as oito da manhã no sábado... e sexta a noite costuma ter baladinha ou algo assim).

Foi muito divertido!! Os palestrantes eram Geraldo Affonso Muzzi e Ivan Soter, dois senhores pra lá se simpáticos e muito solícitos com o público. Eles falaram das copas dos seguintes tentos:

Copa de 1966: Na Inglaterra, vencida pelos donos da casa com o gol fantasma de Hurst na final contra a Alemanha, após o empate de dois a dois no tempo normal, marcando o primeiro gol da prorrogação.

Foi a "Copa das caneladas"!! Os times batiam, apanham, quase se matavam e como não haviam substituições, ficavam os corpos lá pelo gramado mesmo, manquitolando. Não é à toa que no México depois vieram as substituições e o cartão amarelo, pra controlar um pouco o ímpeto da boleirada. Ficou marcado para nós o massacre que Pelé sofreu contra a Bulgária e principalmente contra Portugal, que mais pareceu um jogo de rugbi quando a pelota se aproximava da área lusitana.

Copa de 1970: Zagallo Vira técnico no lugar de Saldanha e arma um Brasil mais moderno e plástico, fora do 4-2-4 superado já em 66. Põe Rivelino no time, Tostão é a inteligência dentro de campo, consegue transformar um grupo de grandes jogadores num time coeso, que pode desfilar toda sua técnica em uma copa bem menos violenta que a ultima. Jogos difíceis contra Tchecoslováquia, Inglaterra, Romênia e Peru, e na reta final atuações superiores as de Uruguai e Itália (já combalida por uma prorrogação interminável nas semifinais contra a Alemanha de Beckenbauer).

Devia ser um alívio ver a volta do "futebol arte" em oposição ao "futebol arte marcial"...

No fim, ainda ganhei um livro no sorteio (nunca ganho nada, foi espantoso o.O) e foi autografado pelo autor Geraldo Muzzi (aliás, obrigado!). O livro se chama "O Brasil em todas as 19 Copas do Mundo (1930-2010)". É bem didático e interessante. Vale a pena se for um curioso irrefreável como eu.

Pretendo ir nos próximos encontros, mesmo acordando cedo no sábado. Assisto a palestra, passeio no Museu propriamente dito (bem que dá pra perder umas boas horinhas lá), tiro umas fotos do melhor que o Pacaembu tem a oferecer, e depois vem aquela feijoada com um choppinho no Bar Brahma que fica no estádio!! Bom pra ir com o Caio, Juca e Daniel que também curtem futebol como eu (é, isto é um convite/intimação).

Próximo encontro dia 10/04.

Hehehe.. . Nada melhor que um bom sábado pra ter um belo fim de semana.

VIDEOS RELACIONADOS AO POST:

Gols da final de 66, com gol fantasma de Hurst

Jogo Brasil Vs. Portugal (caneladas no Pelé)

Final de 70

segunda-feira, 22 de março de 2010

São Paulo querida...

É notório o caso de amor e ódio que muitos vivem com esta cidade. Na maioria das vezes se assemelha à relação que estabelecemos com nossos irmãos, pais, amigos: Se eu falo mal, tudo bem, afinal, é uma critica de quem passa todo o tempo lidando com seus melindres. Agora, se outros criticam... sai da frente!! Baixa no terreiro o "bandeirante", o orgulho paulista, a egolatria da "locomotiva da nação", se colocando com o mais valoroso brasileiro diante da malandragem carioca e dos sulista, aqueles "argentinos que falam português".

Tantos absurdos, pasmem, não foram inventados de última hora. Já ouvi todos, e pelo menos algumas vezes cada um. Isso se agrava ainda mais quando falamos dos paulistanos. Acho que existe uma "fleuma" típica dos paulistanos nativos (claro, com inúmeras exceções)que aparece mesmo quando estão longe dos seus. No interior eu logo sabia que aquele aluno transferido (boa gente, mas meio mala) era de Sampa. Acho que criei alguma intolerância com o paulista típico. Será que é por isso que a maioria dos meus amigos é do interior ou de outros estados?

Enfim, amar Sampa é uma tarefa difícil. Apaixonar-se por ela não. Com tantas opções, eventos e perspectivas, ela te atrai logo de cara. Talvez manter este relacionamento que seja realmente um desafio, pois exige sacrifício (um ar puro, algumas horas perdidas no transito, a sensação de segurança). algumas pessoas desistem e se mudam para águas mais calmas. Outras vivem achincalhando a cidade, mas de fato admitem que não tem coragem de abandonar essa cidade.... esse é o amor por Sampa! Mesmo entre uma briguinha ou outra!!


Agora, o argumento que diz: "os incomodados que se mudem" nunca poderiam se aplicar. Afinal, se todos forem embora, quem vai zelar por estas terras? Porque, mesmo com esse amor desconfiado, quem sabe São Paulo ainda tenha algum concerto e esta grande dama cinza volte a ser sedutora em todos os aspectos. É esperar, e trabalhar, pra ver...

domingo, 14 de março de 2010

Domingo é dia de corrida!!!

Domingo, 14 de Março.

A gente acorda cedo que é para não perder nada desse dia, já que não tem nenhuma ressaca pra curar de ontem.

De imediato, ligo o televisão para iniciar a jornada da velocidade, dos motores, o início de duas das mais importantes competições automobilísticas do ano.

Irei ver as duas, mas em uma a emoção será maior.

Assisto ao GP do Bahrein. Boa corrida, nada de inesperado (menos para o Vettel coitado...). Mas o que eu estava aguardando ansiosamente, tamborilando na cadeira, era a conclusão da prova para que desse largada para a minha própria corrida.E saio eu, apressado, para o Anhembi.

O "Circo"

Já no metrô é possível entrar no clima. Enquanto dois homens ao meu lado comentam sobre as voltas de ontem (quando o treino classificatório foi cancelado pelas condições da pista, que estava escorregadia em alguns pontos, e propicia para um rally em outros), a telinha de plasma do vagão transmite incessantemente informações sobre a corrida. horários, pontos de acesso, transporte, informações sobre os pilotos, tudo bem completinho. Pílulas de informação que não deixam pensar em outra coisa na trajeto.

Desembarcando na estação Tietê, sai-se em disparada. Felizmente naquele já costumeiro mundo de gente, a sinalização era excelente. Não tinha erro, nem espaço para titubear. Era só seguir o fluxo e os cartazes. É preciso chegar na pista. Portão 20. A pé? Uns 20 minutos... já estava pronto a cumprir essa rota, mas felizmente, muito atenciosos, os funcionários do metrô, CET e Policia Militar me conduzem até os ônibus que saem da estação direto para o ex-sambódromo (que eu prefiro que seja autódromo para sempre). Coisa rápida, 5 minutos. Cheio, não lotado. O melhor de tudo é que foi de graça!!

Logo logo se nota aquela onda de gente. Belas mulheres em roupas curtas e homens de meia idade de short, chinelo, bonezinhos da Ferrari e marcas de protetor solar pelo corpo... sempre acompanhados de seus inseparáveis protetores de ouvido!! Cena clássica, pra quem vai em corridas (imagino, porque está é minha primeira prova oficial...). Incrível o número de velhos gordos com loiras siliconadas. Nada tão incomum, logo vão para o camarote refrigerado. O policiamento está em cima, presente, passa segurança para transitar no entorno na pista, sempre sujeita a ladrões, trombadinhas e qualquer um de olho em ingressos, câmeras e dinheiro vivo. Isto não inibe a presença dos cambistas... muitos cambitas!! Um deles teve a paxorra de pleitear meu ingresso por 30 reais. Ambulantes também aos montes, estes inofensivos. Vendem qualquer coisa que não esteja presa ao chão. Algumas mocinhas de roupas berrantes distribuem panfletos. “Clinica de massagem” para os homens relaxarem após a prova.

Depois da entrada na Avenida Olavo Fontoura, onde era feita uma triagem um tanto truculenta (com ingresso? Siga! Sem ingresso? Fora!), nós podemos caminhar ao lado da pista, observando o tão problemático asfalto e vendo a estrutura dos rails e do Campo de Marte ao lado (pensei na dureza que deve ser para o Hospital da Aeronáutica, logo ali na frente, tendo que conviver com a sonoplastia de um fim de semana de corridas, fora as obras que antecederam o evento...). O caminho é longo, beeem longo. Perto do meio-dia, parece que tem um sol pra cada um. Felizmente sei certinho pra onde devo ir. Pena que os funcionários contratados pela organização pareciam mais perdidos que o público. Não sabiam onde ficava coisa alguma. Muitos andam em círculos. Berrando e apontando. Talvez para que pareçam ocupados. Com coisas importantes. Quase dei meu mapa para eles.

Com algum tempo de sobra, cheguei no Portão 20. Entrada rápida felizmente. E ordenada. É bom não ser tratado como gado pra entrar em uma arquibancada (quem já foi em estádio sabe...aiai...) Pego um copo da água, uma cerveja - até o fim da tarde ainda iriam duas cocas, mais uma água - e subo a arquibancada.

Primeiro olhar sobre a pista: lindo!! O piso é bem claro, dá pra ver com precisão as ranhuras feitas as pressas, do dia para noite, para melhorar a aderência na reta do sambódromo. Lugares quase todos ocupados, são bem próximos e voltados para a pista. Os refletores, altos, com o poste arqueado dão uma belo toque na paisagem. Logo a frente, um pouco a esquerda, um telão transmite imagens dos bastidores e o áudio da Radio Bandeirantes ressoa por todos os auto-falantes. bom para acompanhar os preparativos, e as imagens dos setores que você não visualiza. Ótimas condições para apreciar o espetáculo!

A Prova

Logo antes do horário previsto para a largada, as nuvens fecharam o tempo no Anhembi. Vinha da Zona Norte, direto sobre nossas cabeças. Já via aquele cenário de pista molhada, atraso na largada, safety car dando voltas e voltas pra analisar as condições da pista. Mas felizmente foi água só pra refrescar, uma garoa metida a besta. Cinco minutos depois ouvi com muito gosto, mesmo num inglês mambembe: "Start your engines!!" e lá foram eles para mais uma corrida maluca!! (Brincadeira infame, mas não sem sentido)

Isso porque aconteceu de tudo!! Logo após a largada (um lembrete: largada em movimento... é maravilhosos!!) já na primeira curva, o "S" do samba (trocadilho sem graça dos organizadores) ouve um engavetamento daqueles (pista muito suja foi a culpada, assim como a afobação de alguns pilotos), e o carro do Mario Moraes foi parar em cima do Andretti... literalmente!! O povo vibra - há um prazer sádico nos acidentes alheios - depois fica apreensivo, mas logo os dois saem andando de seus cockpits, apenas xingando um pouco aqui, um pouco ali. Segue a vida!! Até a do Helinho, que aos trancos e barrancos, com o carro avariado nesse furdunço, chegou ao pitlane e resistiu até o final.


Demorou para limpar esta sujeira...

Algumas voltas de bandeira amarela e o pega recomeça. Logo o publico elege Mika Duno, bela piloto venezuelana da Dale Coyne, como a figura do dia. Corre, digo, anda lá atrás, passando depois de todo mundo, sempre levantando a galera que apóia, vibra, na maior das zombarias. Uma bandeira amarela aqui, alguém faz barbeiragem ali, mas no geral, as coisas seguem o fluxo. Bom começo de Dario Franchitti. Bom, mas não ótimo. Não consegue se destacar do pelotão de trás com Tagliani, Kanaan e Hunter-Ray na sua cola. Eles amarram um pouco o ritmo uns dos outros, deixando as voltas mais rápidas para o pelotão intermediário, do quinto ao décimo primeiro colocado. E como há justiça nesse mundo, seria de lá, dos mais rápidos, que surgiriam os destaques da corrida.

Hunter-Ray estava impossível lá na frente. Sempre aparecia na curva da vitória - de onde eu podia ve-lo - apontando o carro para ultrapassar alguém. Agressivo, imprimia um ritmo vencedor. Kanaan bem que tentou. Estava bem, na terceira posição e já pleiteando a segunda. Mas uma bandeira amarela interrompeu seus planos, e depois, uma acidente. Pense no lado bom: nada de nadar no Tietê, sua promessa para o caso de uma vitória. Os Deuses das pistas zelaram pela sua saúde!! Simona de Silvestro, estreante, dava trabalho. E um showzinho ou outro de vez em quando. Bia Figueiredo, com prodigiosa constância, ficou lá atrás e fazendo o dela. Talvez tenha garantido o emprego, já que possui um contrato para ser a atração somente nessa prova. Mas os nomes da corrida só surgiram depois de uma nova chuva: essa sim, uma verdadeira tempestade! Pneu biscoito para todos os carros, voltas com safety car, bandeira amarela e vermelha (que surgiu atrasada, já que a tempestade já havia parado e o sol começava a brilhar...). Vinte minutos de chuva forte. Pancada mesmo!! alguns abandonaram a arquibancada. Talvez acreditando que daquela maneira, não haveria mais provas. Subestimaram a loucura do clima paulistano. Quem mora ou morou aqui sabe. Logo veio o sol (com tudo!! Me queimei bem...parecia um extintor após o término) não demorou muito para a corrida voltar. E voltou veloz!! Carros com pneus de chuva logo foram para a troca, não havia mais poça, umidade, trilho (mas deu pra ver antes... dá um belo efeito!!) e eu estava tão seco como quando cheguei. Nesse momento, o pelotão do meio veio buscar a vitória.

Hunter- Ray salvava os antigos lideres. Ryan Briscoe vinha com tudo (com tudo demais: veio, passou, e ficou no muro...). Helinho e Kanaan se recuperavam bem. Realizaram muitas ultrapassagens. Levantavam a galera! Raphael Matos e Vitor Meira, que não são figurões, fizeram a corrida na surdina, quietos, mantiveram posições e depois de tanta confusão estavam brigando pela terceira posição! Melhor para Vitor, que soube ser arrojado quando preciso e venceu a disputa. Mas as voltas finais estavam se aproximando, quer dizer o final do tempo de prova (limite de duas horas de carro na pista). Mesmo fazendo uma bela prova, Hunter-Ray não salvou a honra dos dianteiros da primeira metade da corrida. Will Power (nome sugestivo para um piloto) da Penske, único da equipe que não se envolveu em um acidente, fez que fez pressão no final. Quem insiste é recompensado. Ultrapassou. Fácil. No fim da reta do Tietê, entrando no sambódromo. Final apoteótico. Hunter-Ray já havia lutado muito. Não iria pra mais uma batalha. Carro desgastado. Desistiu. Will Power ficou com a primeira vitória da São Paulo Indy 300. Virou história. Com sete brasileiros na pista, venceu um americano. Mereceu.

Pra sair de lá que foi meio difícil (sabe como é, o pessoal chega aos poucos... mas saem todos ao mesmo tempo)!! Mas consegui chegar no metrô inteiro, sem tentativas de assalto. Ainda vi um figura que vendia cds com "os melhores roncos de motor"!! tinha McLaren, Ferrari... criatividade tupiniquim 100% ativa!! Cansado, meia e cueca molhada, queimado, com uma puta fome, mas, principalmente; extasiado!!! Foi um belo domingo!! Memorável!! Maravilhoso!!A prova e sobretudo o "Circo" formam um conjunto que envolve pessoas, bandeiras, expectativas, paixões. É um fenômeno difícil de explicar, as vezes dá até pra perguntar o motivo da pagar tão caro em um desses ingressos... mas é só subir o giro dos motores, e seguir o som dos freios funcionando, das marcham se alternando, que esta duvida se dissipa!! É paixão!! Racionalidade não a atinge!!

No retorno para casa, me pego pensando: "espero que Interlagos chegue logo!!

sábado, 13 de março de 2010

Warm up da São Paulo Indy 300

Só parando para observar...e sentindo nos ouvidos aquele som estridente de marchas trocando e freios funcionando!!!

http://www.youtube.com/watch?v=P0MceB92cNM

Testando

alo alo testando... 1, 2, 3!!!

Pronto!! Mal feito feito!!!