terça-feira, 31 de agosto de 2010

Coisas que não fazem sentido

Fico pensando sobre certos eventos que encontro na vida... e alguns, realmente, por mais que eu torça, analise, enfoque, quase implore... não fazem sentido algum.

Aqui onde trabalho - prédio público - estão construindo um banheiro adaptado para pessoas com deficiência motora no segundo andar! Está lindão =P

O que me intriga é que não há elevador, rampa, guindaste, catapulta... NADA que propicie o acesso de um cadeirante por exemplo, ao sanitário... nem projeto para que exista algum (eu perguntei)

Ai fico me perguntando, encafifado com a questão: WTF o.O?!?!

Se alguem descobrir o sentido disso, me avisem por favor...

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Dias, noite... e madrugadas com o sistema publico de saúde.

Mais uma vez, como acontece todo ano, uma virose/infecção intestinal (depende do nome que o doutor quer dar) me ataca. É tradição. Como Natal e Dia do Índio.

De madrugada, acorod com dores e já sabendo o roteiro: pega as coisas e vai pro hospital guri, porque depois você vai estar fraco demais pra ir e será pior. Experiência útil. Já sei cada etapa até capotar de vez, e quanto tempo tenho. Sei que fatalmente vou passar uma hora no soro e sei que levarei uns cinco dias e algus reais em remédios e comidinhas especiais para me sentir gente de novo. Então lá vamos. Pego o ônibus em frente de casa e vou para o Hospital Universitário (H.U.) da USP. Poderia ir no Hospital das Clínicas, muito mais perto de casa, mas da ultima vez que fui lá com meu amigo Pedro eles me fecharam as portas... falaram que o Pronto Socorro só atendia "atropelamento, facada e tiro" (palavras do segurança).

20 minutos de Ônibus... sacolejando... mas chego lá ainda inteiro. O procedimento é simples: senta, mostra sua carteirinha de atendimento (ainda bem que sou aluno/cliente antigo... eles já tem minha ficha), espera chamar a sua senha e boa sorte. A espera é o problema... sempre é. Quem tem dores nunca quer esperar. Mas, vamos, este é o mundo real. Então aguardo.

O plantonista me atende (são seis da manhã, ele deve estar exausto), examina, pergunta, me passa os remédios (eu quase capoto na frente dele) e me manda pra sala de medicação. Sento e fico. Só saio de lá pra ir ao banheiro. Enquanto estou lá, a funcionária alegremente tagarela com outra enquanto abre e fecha gavetas a esmo (sei que é a esmo... no fundo do meu ser eu sei...), enrola, mata o tempo, e eu lá, sentadinho, branco como um fantasma, esperando meu remédio, que já está separadinho em cima do balcão. Receio de reclamar com uma mulher que vai te dar uma agulhada. Finalmente tomo o remédio. Nada ainda, esperar fazer efeito... agora vem o soro... e... e... ué... cadê o soro? Médico num passou. Qual é a idéia deles? "Esse garoto com cara de semi-morto? Ahh, dá um remedinho que melhora!"... foi isso que pensei. Bom, vamos dar uma chance né... vái que eles estão certos... vai que eu que estou faendo manhã e... bem, depois não lembro direito, porque desmaiei no meio do corredor e num vi mais nada...

Acordei na cadeira de rodas, com todo mundo me olhando. Perguntavam meu nome. O que eu sentia. Nossa. Atenção! É bom pra variar. Em menos de 5 minutos (já corria mais de hora desde que cheguei lá) dois médicos me viram, me passaram nova medicação (com soro!!) me colocaram na de espera e me deram um dos mtos cobertores que ficavam lá no cantinho mas ninguém teve a dignidade de oferecer. Após, desmaiar, cair no chão, dar show como uma criança birrenta em público (mesmo involuntáriamente), consegui tudo que eu queria!

Problmas do sistema de saúde público? Técnicos, administrativos, lojisticos mas, acima de tudo, humanos. Foi só ser bem atendido, alguem me olhar no olhos e perdem 5 minutos comigo, que já me sentia melhor.