segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Leitores Paulistanos



O salutar hábito da leitura ganhou um espaço muito próprio em São Paulo. Estou falando do trânsito!

Não vamos culpar a falta de boas bibliotecas (mesma que seja uma acusação com fundamento) ou de outros espaços para esta nobre atividade. O real culpado é o ritmo da vida moderno-urbano-cosmopolita.

A maioria das pessoas já restringe o uso do seu status de "alfabetizado" - seja a la Tiririca ou não - a situações frugais e cotidianas, como conferir os recados do Facebook, observar um anúncio ou folhear uma revista na sala de espera de algum lugar que te faz esperar (que são muitos, mas poucos com sala de espera...). Enfim, o exercício da leitura é constante, mas raramente foge do automático.

Dizem que para você realmente se concentrar em um texto, ele deve ser o ponto central de sua atenção. Portanto, em uma cidade onde muitas pessoas vivem soterradas pelo trabalho, com a agenda apertada e nem em casa conseguem relaxar (tarefas domésticas, filhos irritantes, vizinhos malignos, as opções são muitas) o único jeito de desacelerar esta rotina é na marra!! E nada mais eficaz para realizar esta árdua tarefa nesta grande metrópole do que o trânsito nosso de cada dia. Seja rico ou pobre, motorista ou passageiro, ninguém escapa deste monstrengo (ainda mais em dias de chuva). E como as pessoas já sabem que não tem como escapar, e por mais pressa que tenham, podem apenas esperar, o tédio - e a culpa por estar perdendo tempo - são sanados com a leitura.

Aqui está! O futuro da educação brasileira.



Revistas, textos xerocados do seminário da semana seguinte, quadrinhos, jornalecos distribuídos no farol (que se multiplicaram seguindo a tendência do tráfego literário)  e os livros dos mais diversos tipos (espíritas e de auto-ajuda são os lideres de audiência) todos encontraram seu espaço na vida dos paulistanos. Me espanta o número de pessoas lendo algum em um dia de engarrafamento. No ônibus é o mais comum, mesmo entre os passageiros que estão de pé, mas já vi motoristas em seus carros aguardando o sinal abrir e mesmo motoboys se contorcendo para fazê-lo sem cair da moto. A literatura está em alta na metrópole senhores!! 

Agora basta o governo se tocar e explorar o potencial educacional desta situação! O brasileiro lê pouco, mas podemos reverter isto. Chega de bibliotecas! Trânsito para todos já! Vamos levá-los as regiões mais atrasadas do Brasil e promover a verdadeira revolução pela cultura.

Tenho certeza que as montadoras irão adorar a novidade!

P.S: Lembrando sempre que como nada é fácil na vida, desde já precisamos, para que a idéia dê certo, proibir os jogos de celular e videogames portáteis.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Web e privacidade

Depois de anos de desenvolvimento de ferramentas cada vez mais hábeis para "conectar" pessoas - seja a noticias, musicas, videos, ou simplesmente a outras pessoas - a internet tornou-se a grande via de transmissão de informação do nosso cotidiano.

Nesse trafego intenso estão inclusas todas os dados que nós inserimos de nossos computadores pessoais para a web. Centenas de milhares de declarações, opinião, imagens, fotos. Fragmentamos a nos mesmo e enviamos pedacinho por pedacinho para os mais diversos destinos através da rede.

Em trocas tão rápidas quanto eficientes, tão dinâmicas e interativas, não é difícil "errar a mão". Uma nova ferramenta é capaz de nos seduzir a abrir ainda mais espaço à internet no nosso dia (exemplo do Twitter, ou você já estava acostumado a dar opiniões publicas, postar fotos e videos em tempo real assim que lhe dá vontade?).

Segundo pesquisa, 33% dos jovens entre 13 e 17 anos divulga fotos pessoais, e 22%, até o número do celular. Dados bastante íntimos e que uma vez soltos na web, saem fora do controle dos usuários.

Acompanhar as inovações significa também estar receptivo a elas, e muitas vezes, ocupando-as com conteúdo pessoais que em outras ocasiões teríamos mais receio e pudor em dividir. Se por um lado os mecanismos aumentam, te outro nossa cautela parece diminuir.


Em todo caso, cada um encontra sua medida de exposição (seja em relação à opinião ou a imagem) e ela é cada vez mais muito mais ampla do que nas décadas anteriores.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Uma página que merece ser virada


Virar a página para mim não significa esquecer.

31 de março de 64.

Afastamento de João Goulart, presidente eleito, e posse do Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco.

Começa a ditadura militar no Brasil. Época que experimentou crescimento econômico e recessão, censura e vanguardas culturais. Governo de extrema direita altamente repressivo. Entre os atos institucionais, a Lei Falcão e o Pacote Abril, com a atuação da ALN, COLINA e MR-8, o cabo de guerra arrastava toda a sociedade brasileira neste conflito. As idéias de Estado-Nação, liberdade e direitos humanos se degeneraram por completo.

Passados tantos anos, tudo parece muito distante. Minha geração não viveu este cenário, apenas seus reflexos. Temos informações dos dias comuns e dos dias turbulentos, de dores e alegrias, de vitimas e carrascos. A ditadura, ou "ditabranda" como alguns preferem chamar, com certeza chegou até nós com um grande escopo de dados, mas ainda assim, incompletos. Perguntar aos pais e avós é boa fonte de informação. Julgar a época com os valores de hoje, sempre pode gerar anacronismo, mas, a meu ver, ainda vale a pena arriscar.

Aaaah, os paradoxos...
Não é de hoje que ouvimos, a boca miúda, questionamentos sobre os atos realizados naquela época. Ação política e crime se misturavam quase indissociavelmente, e muitas questões ficaram por resolver, feridas abertas na justiça, na sociedade e na memória.

Alguns defendem a revisão dos fatos do período, um "exorcismo histórico" no espírito do Estado, para eliminar de vez velhos fantasmas. A idéia de formar "comissões da verdade" - pelo direito da sociedade de saber o que realmente aconteceu - ganhou força na última década, com algumas iniciativas vindas do próprio governo e de setores interessados. O impasse surge, entre outros motivos que compõe a psicogênese do sentimento de culpabilidade, porque abrir a caixa de Pandora da historia nacional dificilmente passaria impunemente pelo crivo da sociedade e pelas ações do Judiciário. Expor a época como realmente foi significa também (pelo menos de maneira mais orgânica) julgar as ações de quem lá esteve, e isto senhores, arrepia muita gente.

Nossos colegas do cone Sul estão anos-luz a nossa frente neste quesito: Argentina, Uruguai (cuja câmara dos deputados acaba de revogar a Lei de Caducidade para quem violou os direitos humanos: veja aqui) e o Chile (ainda mais à frente, com o efetivo julgamento de muitos militares, inclusive do comandante máximo General Augusto Pinochet). Acho que está no momento do Brasil dar este passo em direção a verdade também. Doa a quem doer.

Acusações de revanchismo, "cultura de ódio", manipulação política das informações trepidam quando se esbarra no assunto. Figuras importantes seriam atingidas em cheio pelos atos cometidos na ditadura, entre eles militares reformados, empresários de sucesso e políticos em plena atividade. Militares acusam governo, governo acusa militares, todos tentam se defender, mas ninguém bota o dedo na ferida por medo de se queimar. E se o governo acusa os militares, torturadores e caçadores de comunistas, e estes lhe apontam todos os guerrilheiros, terroristas, sequestradores e ladrões? Na época, todos diziam ter razão. Muitos militares apenas cumpriam ordens, e muitos guerrilheiros lutavam como podiam contra um regime que os massacrava. Agora, talvez (ou não) com alguma isenção, não seria oportuno dar a chance ao povo e a justiça de dizer quem deve ou não ser condenado? Quem cometeu ou não atrocidades? Quem foi vitima ou algoz dentro de um Governo degenerado?

Acredito que sim, por isso sou totalmente a favor de olharmos novamente ao passado e julgarmos seus atores.

Inocentes e culpados, que apareçam no tribunal, mas não se pode tirar de um povo o direito limpar seu passado de todas as pontas soltas, historias inacabadas e questões mal resolvidas. Julguemos os militares, para decidir se são menos culpados por terem sido pressionados por seus superiores, julguemos os guerrilheiros, para decidir se seus métodos de luta muitas vezes tão brutais quanto de seus inimigos eram ou não justificáveis.

Sonho com esse dia, embora ache que não irá chegar...

E você? O que pensa sobre o assunto?

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Quando ficar velinho, deseja receber cuidados?

Em pesquisa divulgada pela BBC, realizada da multinacional de seguro de saúde Bupa, conduzida pela universidade London School of Economics:

"três em cada quatro brasileiros entrevistados (76%) disseram acreditar que sua família vai sustentá-los na velhice. Em países como França, Estados Unidos, Grã-Bretanha e Alemanha, menos de 70% das pessoas acreditam que serão sustentadas pelos parentes ao chegarem a velhice.Os brasileiros também estão entre os que mais acreditam que a responsabilidade de ser sustentado na velhice é dos seus familiares – dois em cada três entrevistados (66%) manifestaram esta visão na pesquisa da Bupa. Na Grã-Bretanha, menos de 30% atribuem à família a responsabilidade de sustentá-los na velhice."

Fonte: BBC Brasil

Vejo muitos casos onde tios, avós, geralmente velhinhos com alguma doença crônica ou que simplesmente não possuem recursos para se manter (muitos nunca tiveram trabalhos formais e mal contribuiram com a previdência para ganhar a merreca que chamam de aposentadoria...) tem que ser assistidos pelas familias. Muitas vezes se torna um jogo de "batata-quente" quando os mais jovens não entram em um acordo sobre quem terá mais responsabilidades, principalmente no caso do idoso ter que residir na casa dos familiares, modificando todo o ambiente.

Acredito que ninguém queria realmente necessitar do auxilio dos outros para sobreviver, mas me espanta o desencatando, a perspectiva de que muitos dificilmente fugirão desta condição. A principal justificativa é o total despreparo para o futuro, a ausência de planejamento financeiro para esta fase da vida. Mas simplismente lançar mão dos familiares como futuras muletas não é brincar com a sorte? Não é uma posição leviana?

A pesquisa não foi feita com idosos, mas sim com jovens e adultos... esperar receber cuidados não me parece um bom sinal. É diferente de acreditar que sua familia lhe auxiliaria numa situação de hiposuficiência; é tomar a assistência de seus familiares como parte de seu planejamento de vida.

O que pensam sobre o assunto? Auxiliariam um parente idoso que se encontra-se em dificuldades em qualquer ocasião? Esperam receber este tipo de ajuda quando chegarem nesta fase?

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Coisas que não fazem sentido

Fico pensando sobre certos eventos que encontro na vida... e alguns, realmente, por mais que eu torça, analise, enfoque, quase implore... não fazem sentido algum.

Aqui onde trabalho - prédio público - estão construindo um banheiro adaptado para pessoas com deficiência motora no segundo andar! Está lindão =P

O que me intriga é que não há elevador, rampa, guindaste, catapulta... NADA que propicie o acesso de um cadeirante por exemplo, ao sanitário... nem projeto para que exista algum (eu perguntei)

Ai fico me perguntando, encafifado com a questão: WTF o.O?!?!

Se alguem descobrir o sentido disso, me avisem por favor...

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Dias, noite... e madrugadas com o sistema publico de saúde.

Mais uma vez, como acontece todo ano, uma virose/infecção intestinal (depende do nome que o doutor quer dar) me ataca. É tradição. Como Natal e Dia do Índio.

De madrugada, acorod com dores e já sabendo o roteiro: pega as coisas e vai pro hospital guri, porque depois você vai estar fraco demais pra ir e será pior. Experiência útil. Já sei cada etapa até capotar de vez, e quanto tempo tenho. Sei que fatalmente vou passar uma hora no soro e sei que levarei uns cinco dias e algus reais em remédios e comidinhas especiais para me sentir gente de novo. Então lá vamos. Pego o ônibus em frente de casa e vou para o Hospital Universitário (H.U.) da USP. Poderia ir no Hospital das Clínicas, muito mais perto de casa, mas da ultima vez que fui lá com meu amigo Pedro eles me fecharam as portas... falaram que o Pronto Socorro só atendia "atropelamento, facada e tiro" (palavras do segurança).

20 minutos de Ônibus... sacolejando... mas chego lá ainda inteiro. O procedimento é simples: senta, mostra sua carteirinha de atendimento (ainda bem que sou aluno/cliente antigo... eles já tem minha ficha), espera chamar a sua senha e boa sorte. A espera é o problema... sempre é. Quem tem dores nunca quer esperar. Mas, vamos, este é o mundo real. Então aguardo.

O plantonista me atende (são seis da manhã, ele deve estar exausto), examina, pergunta, me passa os remédios (eu quase capoto na frente dele) e me manda pra sala de medicação. Sento e fico. Só saio de lá pra ir ao banheiro. Enquanto estou lá, a funcionária alegremente tagarela com outra enquanto abre e fecha gavetas a esmo (sei que é a esmo... no fundo do meu ser eu sei...), enrola, mata o tempo, e eu lá, sentadinho, branco como um fantasma, esperando meu remédio, que já está separadinho em cima do balcão. Receio de reclamar com uma mulher que vai te dar uma agulhada. Finalmente tomo o remédio. Nada ainda, esperar fazer efeito... agora vem o soro... e... e... ué... cadê o soro? Médico num passou. Qual é a idéia deles? "Esse garoto com cara de semi-morto? Ahh, dá um remedinho que melhora!"... foi isso que pensei. Bom, vamos dar uma chance né... vái que eles estão certos... vai que eu que estou faendo manhã e... bem, depois não lembro direito, porque desmaiei no meio do corredor e num vi mais nada...

Acordei na cadeira de rodas, com todo mundo me olhando. Perguntavam meu nome. O que eu sentia. Nossa. Atenção! É bom pra variar. Em menos de 5 minutos (já corria mais de hora desde que cheguei lá) dois médicos me viram, me passaram nova medicação (com soro!!) me colocaram na de espera e me deram um dos mtos cobertores que ficavam lá no cantinho mas ninguém teve a dignidade de oferecer. Após, desmaiar, cair no chão, dar show como uma criança birrenta em público (mesmo involuntáriamente), consegui tudo que eu queria!

Problmas do sistema de saúde público? Técnicos, administrativos, lojisticos mas, acima de tudo, humanos. Foi só ser bem atendido, alguem me olhar no olhos e perdem 5 minutos comigo, que já me sentia melhor.

sábado, 31 de julho de 2010

Mussum, 16 anos sem...

Hilario, autêntico, do humor mais popular já feito nest pais!!

Sempre vale a pena lembrar:









segunda-feira, 26 de julho de 2010

Nas catacumbas da arte dramatica paulista

NESTE SÁBADO, tive a oportunidade, acompanhado de minha amiga/semiesposa/fiel escudeira Carol, de, depois de muito tempo sem assistir (culpa do Bruninho ¬¬' ainda precisamos ver "A Alma boa de Setsuan"... e comer aquela pizza na cantina italiana novamente hehehe) a uma peça de teatro, ir ao Espaço dos Satyros, na Praça Roosevelt. Tinhamos que estar lá até a Meia-noite... felizmente ainda havia ônibus. O programa era um antigo projeto nosso: a 3 anos atrás tentamos o mesmo passeio... sem sucesso (fila, horário e nosso decadente planejamento não deixaram... faz parte =/). Porém, desta vez, apesar de alguns contratempos, conseguimos chegar ao local a tempo, intactos e, importante, animados! A peça? "A Filosofia na Alcova", baseada na obra homônima do Marques de Sadê (em francês, La philosophie dans le boudoir, de 1795) adaptada por Rodolfo García Vázquez. Li o livro no segundo ano da faculdade. Já sabia o que esperar... e como esperava!!

O teatro

No coração de São Paulo, que fervilha durante as noites mesmo com a famosa violência, é a síntese de umas das facetas da cidade: a convivência de figuras distintas e contrastantes num mesmo espaço ao mesmo tempo. Velhos, jovens, intelectuais, estudantes, músicos, atores, moradores de rua, travestis, prostitutas, empresários, tudo junto ao mesmo tempo, respirando do mesmo ar, interagindo, misturando-se numa estranha harmonia. O espaço é pequeno, acanhado, de faixada simples e ornamentada com fotos da cidade e cartazes de atrações culturais. Há um bar simples, mas aconchegante.  No caso, fomos ver a peça num segundo espaço, mais adiante na rua, separado por alguns metrô, onde não havia bar. Ao chegar lá, não é muito difícil se orientar. A espera no hall de entrada pode ser oportunidade para boas conversas e alguma amizade inusitada na fila de espera. 




Logo somos conduzidos ao local onde será encenada a peça. Descemos uma escada e adentramos um "porão" (neste instante penso nas catacumbas, escondidas, misteriosas, a salvo do "Psiu"...) a meia luz, de aparência antiga (como é característico de praticamente tudo no centro de São Paulo), realçada pelo insinuante improviso nas instalações. Muito charmoso!! No palco, a representação de um tocador, com divã, piano, espelho e uma moldura gigantesca. Entram todos. Fecham-se as portas, apagam-se as luzes. Não há para onde correr amigo! Se te arrependes agora, já é tarde. O jeito é respirar aquele ar parado de clausura, e entrar de cabeça na experiência!

A peça

Sobre ela se fala pouco, porque isto meus queridos, SÓ ASSISTINDO!!! Ela causa um leve choque mesmo quando se espera situações impactantes, mas nada que você não possa contornar, com um pouquinho de boa vontade e alguma curiosidade. A nudez, o sexo, a violência e a escatologia são parte do processo, e não destoam no ambiente libertino, que tematiza a obra e é vivamente interpretado na peça. Caso isto incomode, sugiro que façam um esforço, pois jamais sugeriria a um amigo que não fosse àquele espetáculo. É exuberante, vivo e provocante como a obra que o inspira. Trás cenas de grande beleza e (algo inesperado) prima pelo humor impecávelmente colocado que amortiza muitas das agressivas premissas da obra. Os atores são intensos, vorazes e carismáticos. Alguns belos corpos, a iluminação que dita o ritmo da ação e a trilha sonoro bem escolhida são algumas das atrações. Me agradou também a passagem referente ao texto "Franceses, mais um esforço se quereis ser republicanos" (minha passagem favorita da obra, que pode ser lida aqui) que foi competentemente arranjada.



Ao final, fica um misto de contemplação e alivio. Todos são meio catatônicos, o que me parece bastante natural. Também saem apressados para seus destinos, pois o teatro esta fechando e já estamos no melhor da madrugada, sempre repleta de possibilidades. Nos dirigimos para a Augusta, logo ao lado, território conhecido, onde circulamos a vontade.

E fico pensando que a alcova vem antes do quarto, onde as pessoas se despem de tudo aquilo que utilizam em público, nas ruas ou salões... e algumas coisas ficam mais claras...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Frases do Muricy

Aqui temos as frases deste senhorzinho tão fofo que é agora o novo técnico da nossa seleção!


"Um a zero é goleada, meu filho."


"Eu não tenho porra nenhuma, não tenho lobby e sou antisocial. Não tenho marketing, não me visto bem e não sou bonitinho”


"Quem quiser espetáculo que vá ao teatro."


" Ah sim, foi sorte. Eu vou no CT [Centro de Treinamento] todo dia para brincar "


Muricy, o que você acha do gramado?
"- Não sou jardineiro, sou tecnico de futebol!"


"Cês entendem muito de futebol, né? A gente que não entende tem mais problema"


Muricy, qual seu lema?
"Boca fechada não entra mosquito."


Muricy, como os jogadores vão jogar essa partida?
"Com calção, meião, chuteiras e camisa."


"Que trabalho motivacional? Aqui não se motiva ninguém, meu amigo. Aqui a gente cobra "


"Aqui é trabalho p#rra!!"



"A bola pune..." (teeeenso)



"Que time que irá jogar? Tamo treinando a 40 min e vcs comendo bolacha e tomando café e a 1ª pergunta é essa pô!"



Muricy, porque você colocou o Richarlysson de lateral esquerdo?
"Porque sou eu que escalo."


Muricy, você acha que a chuva vai atrapalhar o seu time?
"Só o meu time não, pois tá chovendo dos dois lados do campo pô!"


"Tranquilo? Eu? Que nada! Quem quer tranquilidade fica em casa. Eu tô nervoso todo dia."




ADORO esse cara xD

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Pós-Copa, aquela ressaca...

Depois deste mês vertiginoso, finalmente se encerra a Copa do Mundo FIFA 2010...que ocupou nosso tempo, conversas, atenções... ainda mais de tarados em futebol como eu (até Argélia e Eslovênia assisti... me arrependo de ter acordado cedo para ver este ¬¬')

No final, venceu a Espanha com autoridade!! Começou devagar... se classificou na marra contra o bom Paraguai (da Larissa Riquelme..aiai...), despachou a Alemanha que vinha sendo a grande equipe da competição - mas se apequenou contra a Fúria, além de sentir a falta do Muller na frente - e venceu a Holanda com autoridade. Apresentou um bom futebol, muito técnico, as vezes de pouco objetividade mas de excelente toque de bola. Pena Pra Holanda que em 3 finais já acumula 3 vices...  laranja não parece trazer sorte em decisões, e sua seleção acaba sempre terminando como "Mexerica mecânica".

As surpresas ficaram por conta das fracas campanhas de Itália e França (a primeira envelhecida, a segunda também velha e com um péssimo ambiente interno, como brigas, desconfianças e com seus dilemas escancarados por qualquer tablóide meia-tigela), o bom time do Japão, o valente Uruguai e seu craque Forlán, a demonstração de fraqueza das seleções africanas, a Nova Zelândia não ser o saco de pancadas da vez, e o campeonato apagado das estrelas de que mais se esperava como Messi, Rooney e Cristiano Ronaldo.

Também vale ressaltar o péssimo nível da arbitragem, que decidiu vários jogos (felizmente isto serviu para reacender o debate sobre o uso maiores recursos tecnológicos durante os jogos para auxiliar juízes e auxiliares) e o polvo Paul, que é muito cagado e escapou de virar paella hehehe

Parabéns a África do Sul que fez uma bela Copa. Só não digo que foi excelente porque eles também inventaram a p&$@# da vuvuzela ¬¬

E o Brasil?

Perdemos nas quartas, depois de um jogo em que poderiamos vencer. Dunga foi bem na preparação do time, foi mal na convocação e nas substituições (ou falta delas) durante as partidas. Pode ser um bom treinador, mas pagou o preço por deixar o time previsível e sem opções de substituição.

Kaká devia ser o craque. Tentou. Não rendeu o que é capaz, mas talvez, com a pubalgia crônica que sofre, nunca mais seja =/

Em resumo tivemos 3 problemas de graves consequências, mesmo que pontuais:

- Lesão do Elano que vinha muito bem na posição
- Suspensão do Ramirez para o jogo contra a Holanda por causa de um cartão amarelo (que o jogador e o Dunga poderiam ter evitado)
- e este:


Enfim... fazer o que né =/

E agora?

Novo técnico a vista... aposto na surpresa!! Os figurões estão bem, e devem querer assumir o grupo mais próximo da data das competições... por hora, vamos voltar nossos olhos para as ELEIÇÕES que é mais importante... e lembrar de ficar atento as mudanças (e mutretas?) para a Copa de 2014, cujo logotipo, por sinal... é horrível... e profético:

Charges de Gustavo Duarte!! Excelentes hehehe. Vi no blog do Birner e não tive como deixar de lado =D

Tem novidade no blog!!!

Bom, a vocação futebolista deste espaço esta - contra a minha vontade!! É que eu não resisto... - cada vez mais explicita, então agora terei um novo aplicativo pra vocês acompanharem os resultados dos mais importantes jogos em tempo real! Serviço oferecido pelo Portal IG. Dê uma conferidinha hein hehe.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Minhas Fotos

Depois de um ano de contrato, finalmente posso fazer uso livre deste material hehehe.

Já me zuaram muuuuuuuito por causa dele, mas foi bem divertido hehehe




Odeio aquela camisa azul cheia de estampas... elas parecem paramécios o.O

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Publicidade e fetiche

Não é novidade para ninguém que, diariamente, somos submetidos a um verdadeiro bombardeio de informações. Expressar-se, ser visto, sobressair do panorama geral tornou-se uma necessidade vital em meio a um número tão vasto de estímulos. Basta sair a rua para notar: andando por uma avenida você tem as lojas anunciando seus serviços, tentando mostrar qualidade, boa apresentação e porque seriam capazes de fazer seu trabalho melhor que as concorrentes. Slogans buscam pinçar aquele mínimo pedacinho necessário de atenção que faz com que aquele estabelecimento seja alguma coisa em nossa consciência, já atribulada com seus próprios pensamentos. Pessoas surgem caminhando pelas calçadas. Pessoas das mais diversas formas, tamanhos, cores e vestimentas. Numa olhada rápida você já nota as que aparentemente vão a escola, que vão ao trabalho, que correm para pegar o ônibus, que não tiveram tempo de se arruma, que acordaram em cima da hora e tomam o café na rua, que querem apenas seguir seu caminho e as que desfilam, imponentes, pavoneando ao lado da sarjeta para desfrutar de algum olhar mais aprazível. Carros velhos, novos, importados, populares, passam a todo instante. Talvez a Land Rover seja de um médico, e o Chevette descascado de algum peão de obra.

Preconceito? Sem duvida! Pré-conceitos. Formulações mentais quase instantâneas, baseadas em pressupostos já existentes em nossa memória e experiência. Nossa consciência trabalha com incontáveis "gavetinhas". quando uma informação chega a nós (e são muitas!! Dezenas de milhares diariamente de acordo com estudos recentes, sendo que é urgente ao nosso cérebro fazer com ela. Logo virá outra, não podemos parar!!! logo vira outra!!!) prontamente colocamos ela em alguma destas, talvez para apreciação futura se precisarmos dela, talvez não. Pré-conceitos são o resultado de elaborações previas do cérebro sobre determinados elementos, criando um "lugar" para este ocupar quando for encontrado novamente, uma espécie de "economia", otimização de processos cerebrais que utilizam com mais eficiência nosso tempo e energia na apreciação de informações diversas. Estas são operações tão naturais quanto corriqueiras, e seu produto não deve ser confundido com discriminação ou preconceito no sentido jurídico ou corriqueiro (por isso uso o hífen).

[i]Pré-conceitos todos nós utilizamos. E são essenciais para nossa atividade cognitiva diária.[/i]

Até aqui nenhuma novidade. Como também não é o fato de que esta característica foi muito bem apreendida e utilizada por agências de publicidade ao redor do mundo, principalmente com a possibilidade de novas mídias e ações de merchandising. Desde a substancial revolução neste tipo de abordagem informacional feita na Alemanha Nazista (os Comícios de Nuremberg organizados por Goebbels, símbolo máximo da propaganda do Reich, assim como os filmes-propaganda de Riefenstahl, do famoso "Triunfo da Vontade", fácil de achar na net), há tanto a necessidade quanto o know-how de industria, comercio e prestadoras de serviço, através das agências especializadas, para realizar este trabalho, que consiste basicamente no seguinte: Transformar o objeto de nossa apreciação em [b]Fetiche[/b], ou seja, criar em nós um pré-conceito para ele.

O fetiche, comumente identificado como algo obscuro, primitivo ou pornográfico (muitas vezes todos simultaneamente) é o objeto ou o anseio por tal objeto, não mais dotado apenas de suas características materiais e físicas, mas também de outras, que se acrescentam as primeiras (também podem maquiá-las, mas jamais eliminá-las). É o substituto ideal, para os publicitários, da mercadoria. Numa economia feroz e competitiva, atingir tal resultado é necessidade de sobrevivência; transforma seu produto em um canalizador de desejos!

Objetos fetichizados sempre existiram, desde pedras mágicas, amuletos de sorte/azar, totens, à objetos mais naturais (Por exemplo: os 4 elementos. Relacionamos fogo a poder e destruição. ao fazê-lo, tornamos o fogo um fetiche). Entretanto a "arte" de criar fetiches, é mais recente. Remonta a sua matriz medieval, onde a Igreja é a primeira instituição organizada neste sentido (instituição, não homem, já que na antiguidade qualquer um com poder para realizar este procedimento o faria. Ex: Imperadores e sacerdotes determinando o que é sagrado) de engendrar uma ação massissa de fetichização, onde todos os seus elementos constituintes veste o santo manto do sagrado. ela tenta englobar aquilo de que ao qual ela se refere, tornando-se dona do próprio objeto, pois tudo que é sacro pertence a ela, desde seus templos, até a palavra do padres que revela os mistérios da "Palavra" divina.

O fetichismo é um tipo de mistura difícil de penetrar. Uma vez estabelecido, não é mais uma tarefa estabelecer onde começa o objeto e onde começa "o fetiche que possuímos por ele". Isto foi bem percebido por Marx, ao identificar a mercadoria com uma "potência estranha". O valor das coisas, muita vezes vai na contramão do seu valor de uso, o que é amplamente explorado; algo não é bom geralmente se faz somente o que devia fazer (?!?!?!), pois uma boa bolsa deve capacita-la a ser observada pelas outras como uma mulher mais bem sucedida, um bom tênis deve ter um design agressivo que nos lembre do quando podemos ser rápidos com ele, um perfume deve mostrar aos outros que eu sou uma pessoa discreta ou sedutora, enfim, uma série de "serviços anexos" que estes produtos são capazes de oferecer  (sorrindo) cultura, comunicação e consumo não produzem apenas valor econômico, mas valor [i]per si[/i].

A idéia geral é de que o produto deve nos colocar em estado de estupor, que possamos nos abrir sem amarras a algo que modifica nossos sentidos. Aqui olhar apenas não basta; devemos "comer com os olhos"!!! Para isso, usasse um mix de voz-imagem-som, para compor suas apresentação. O objeto não é mostrado a nós. não tomamos contato com ele. A publicidade passa "industrializar" imagens. Ela oferece performance!! e mais do que isso: torna o ato de comprar, a aquisição do produto, a perpetuação desta performance, tornando-nos não apenas os donos do produto, mas parte dele!! Afinal, se mostram um carro como bom e desejável, ao adquiri-lo mostramos a outros que, sim, tal carro é bom e desejável, tanto que eu o possui.Nada é casual na publicidade exatamente por isso!! Para este transito ativo entre produto e consumidor, a relação de consumo deve ser estimulada a cada instante, e tudo serve de gatilho.

Este é o panorama normal, que infui em nossa tomada de decisões ou escolhermos a marca A em vez da marca B sem maiores consequências para nós individualmente (mas ótimas para as empresas (viva)). A compulsão por compras (superlativo do papel de consumidor) ou a transição para "homercadoria" (quando o individuo migra até o outro extremo da relação, tornando-se não produto, mas criando uma "auto-representação superfetichizada" de si. Exemplo: Suicide Girls) são consequências possíveis, mas não frequentes.

Conhecer esta relação favorece a elaboração da consciência dos procedimentos envolvidos nela. Agências publicitárias não são "conspirações demoníacas" para nos fazer desejar coisas que não precisamos: o [b]Desejo[/b] já existe em todos nós, elas só nos mostram os produtos-fetiches por onde ele pode fluir para além de nós. O que nos cabe é sim policiar a maneira como esta apresentação é feita. Não deve ultrapassar o convite para tornar-se um "estupro sensorial". Deve sim haver ética nesta relação. E para isto não é preciso "censura prévia", mas sim que cada vez mais consumidores sejam capazes de discernir os diversos estratos deste movimento performático, conscientizados sobre seus produtos, suas necessidades, suas possibilidades, para que o ato de comprar tenha a menor chance possível de gerar frustração, arrependimento e desgaste nesta relação, o que é ruim para consumidores, empresas e agências, que terão ainda mais trabalho para resgatar uma imagem corrompida. Devia ser do interessa geral, e espero que um dia assim seja.


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Alguns videos que exemplificam está carga simbólica presente na publicidade. Geralmente o intuito é evocar referência sexuais, de reconhecimento e de glória.














sábado, 19 de junho de 2010

Jabulani: a crazy bitch ball

Nessa fim de semana, em meio a um monte de coisas que tinha pra fazer (até demais ¬¬) fui dar uma relaxada e bater uma bolinha, coisa que num rolava a meses  (viva).

Um dos peladeiros de plantão, metido a riquinho, trouxe ela, que tem sido assunto na mídia a algumas semanas (que mídia sem assunto ¬¬) em virtude da Copa: a Jabulani!!!

A bola produzida pela alemã Adidas, equipamento oficial da Copa do Mundo da África do Sul 2010, a pelota é totalmente impermeável, possui gomos conectados termicamente, não costurados. Deforma menos ao longo do tempo também.

Tem sido duramente criticada por muitos jogadores que participam do mundial, que acusam-na de ser uma bola "incontrolável", "paranormal", e mais alguns epítetos para dizer que ela faz o que quer no ar.




Segundo um cientista, "A grande diferença da Jabulani para sua antecessora são as texturas, que devem criar turbulência o suficiente em volta da bola para que ela sustente seu vôo por mais tempo. Mas, para entender isso, é preciso dar uma olhada na aerodinâmica de um lance."
FONTE: http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/fisico-explica-velocidade-da-jabulani-11062010-24.shl

Bom, nessa pelada que fui jogar, pude experimentar a pelota e, curioso depois de tantas criticas, fiquei bem atento ao comportamento da mesma. Não sou nenhum primor técnico no futiba (mas também não sou patrocinado por empresas de material esportivo), mas, na minha humilde opinião, essa bola É DESUMANAAAAA!!!

Gente, juro q fiquei surpreso!! E sobre o comportamento arredio dela, é pior do que eu pensava!! Fui na linha e no gol e nas duas posições ela causava problemas!! Ela chega a variar de direção 2, 3 vezes em um lançamento!! Passa muito tempo no ar e sobe demais, mas quando cai, cai de uma vez! Quando você se prepara para matar no peito ela vai na direção da sua barriga. Fora o espantoso fato de, num mesmo chute, ela ir "travada" ou com "spin", ou seja, ela vai, gira, para de gira, gira pro outro lado, tudo num mesmo percurso .

Eu achava q os jogadores estavam exagerando sobre ela, mas ela é beeeem esquisita mesmo!! Bom pra quem bate com a parte de dentro do pé, tirando do goleiro, porque ai ela faz a curva certinho!!! Mas de qualquer outro jeito ela é imprevisível!!

Confesso que ia ficar com dó dos caras na copa se eles não fossem tão bem pagos pra se adaptar a essas coisas hehehe.

Aqui um video de uns alemães testando a bola. Bem ilustrativo... dá pra ver q ela não segue reto DE JEITO NENHUM!!! E é bem isso mesmo.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A Copa é das defesas!!

Nem a Jabulani e seus mistérios tem conseguido tornar a média de gols desta Copa do mundo algo digno de exaltação. Já vimos alguns frangos, alguns ataques mais insinuantes como o da Alemanha, mas de modo geral esta tem sido a copa das defesas, da retranca, dos jogos onde o time mais forte tem que batalhar e muito para descolar um golzinho nos times mais fracos.

Alguns falam que a culpa seria do baixo nivel técnico das equipes (e de volta a velha teoria de que a Copa com 32 times tem gente demais!!) entretanto prefiro colocar a culpa nos treinadores. Armar "ferrolhos" para trancafiar a defesa, jogando com extrema cautela, não tem sido privilégio dos times pequenos: França, Italia (que joga asim a décadas),Inglaterra, Portugal e Brasil (salve Dunga e seus volantes!!) expressam um futebol que prima pela marcação em detrimento da ação ofensiva. As equipes estão reativas ao invés de proativas. E quando dois times igualmente postados lá atrás se encontram, só resta esperar por contra-ataques que vão sugerir no máximo um 1 a 0, mas que muitas vezes acabam no bom e velho OXO.

Analogamente, se esta competição é marcada pela retranca, também será uma disputa que valorizará bolas paradas, lancamentos e contra-ataques em velocidade... é esperar para ver se, mais adiante na competição, com disputas decisivas, as equipes se expõe mais... e o Kaká resolve jogar.

Em tempo: Amorcrusp invade deposito de alimentos do COSEAS... estes alimentos eram disbruidos in natura para os moradores do CRUSP durante a paralização do bandeijão, do qual muitos dependem para a sua alimentação. Essa distribuição ficou parada durante 10 dias e, cansados de espera e alegando que os alimentos estavam se estragando em caixas, os moradores saquearam o estoque da Universidade.

Motivação eles tem sim, agora, saquear a universidade? alimentos comprados com verba publica que se destinam a alimentar não apenas eles mas toda a comunidade unviersitária? acho que alguem passou um pouco do ponto, e os responsaveis devem ser punidos e ressarcirem o patrimônio público. Se a comida ia estragar ( e obviamente os moradores do CRUSP não poderiam consumi-la toda) ela deveria ser remanejada de imediato para escolar e fundações do estado, que poderiam utiliza-las imediatamente, e não ir para o prato de particulares.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Enquanto isso, na USP...

Hoje, dia 08/06, havia um ato marcado em frente à reitoria da Cidade Universitária. Era parte da programação de atividades dirigidas aos funcionários e apoiadores do movimento grevista do SINTUSP (Sindicato dos funcionários da USP).

O objetivo da presente reunião era demonstrar o repúdio ao modus operandi da atual administração universitária diante dos trabalhadores mobilizados e suas reinvidicações. Apesar de comissões da reitoria e lideres sindicais terem se reunido cerca de 4 vezes desde o inicio das paralisações, os parcos avanços obtidos em meio a um dialogo extremamente desgastado de antemão, foram colocados em cheque pela política tacanha e pelo personagem turrão do reitor da universidade, Sr. João Grandino Rodas (tratado jocosamente nos panfletos dos funcionários como REItor).

Com as negociações atravancadas por uma pauta extensa demais, com pontos de validade duvidosa - o próprio sindicato admitiu o fato, atendo-se neste primeiro momento à discussão somente da política salarial, cuja alteração foi o gatilho para a greve deste ano - e com a ameaça feita - e cumprida - de desconto nos vencimentos de cerca de mil funcionários (de acordo com o SINTUSP), um flagrante e inaceitável ataque ao direito de greve, que justa ou não, deve ter sua possibilidade resguardada (se considerada injusta, cabe a justiça, não à burocracia administrativa, definir sanções devidas aos seus participantes).

Bom, eu sou estudante da USP a alguns anos... e funcionário a algumas semanas. De início, com a paralisação de parte dos funcionários, mais uma estupidez sindical se anunciava. Uma gestão que tende ao radicalismo, que peca excesso de falatório (falatório, não discurso) e que espantosamente acredita falar em nome de todos os setores da universidade diante das “agressões” da administração, que muitas vezes se demonstram mais síndrome de perseguição do que de fato um ataque a direitos dos funcionários, estudantes, professores e população em geral. Tem a maior facilidade de passar de rarefeitas conversas – repletas de um discurso pré-programado – a movimentos bruscos como piquetes (cuja existência apenas tende a minar o movimento diante dos demais) e a paralisação em si. Há uma “Cultura de Greve” que tende mais a banalização e manipulação de pessoas e informações por este mecanismo do que para a oportunidade de abrir caminhos que conectem os difusos interesses presentes entre todos os elementos que constituem a universidade num ambiente de luta e discussão de propostas. A greve é, antes de tudo, uma marreta. E deve ser tratada como tal. Não pode ser utilizada com tanta virulência e displicência. Há “grevista-profissionais”, muitas vezes beirando a bandidagem – me senti escrevendo para a VEJA agora... - no sindicato e nem o mais ingênuo dos estudantes duvida disto.

Como pode ver, minha opinião sobre o sindicato não é das melhores. Costumo me posicionar contra a greve. Muitas vezes mais pela maneira como ela é feita do que pela pauta em si. Entretanto, diante dos percursos, encontros e tentativas de negociação por parte do sindicalista e reitoria, não tenho o menor pudor em afirmar que, apesar de ser contra a greve no inicio, agora sim ela me parece bastante justificada (SINTUSP padece de ejaculação precoce... o movimento seria muito mais forte se as paralisações não tivessem começado tão cedo). A insistência dos negociadores da reitoria em “cozinharem em banho-maria” os grevistas, a ausência de propostas alternativas as reivindicações dos trabalhadores na tentativa de chegar a um denominador comum e o flagrante “corpo-mole”, que tenta dar de ombros as ações de funcionários, esperando que a mobilização mingue até sumir, revelam uma abordagem do problema no mínimo infantil. Ao mesmo tempo dizer-se aberto à negociação e ameaçar os funcionários com cortes salariais – mesmo com estes dispostos a repor as horas paralisadas integralmente - o que afetaria sensivelmente não apenas a sustentação do movimento, como de suas próprias famílias. É uma atitude covarde, digna da maior censura por parte de toda comunidade universitária. Mesmo em lados opostos de uma mesa com propostas antagônicas isto é uma violência muito maior do que piquetes e ocupação de prédios (parafraseando planfeto do sindicato... como vêem sou ávido leitor de panfletos...).

Tudo isto, a tendência à radicalização do SINTUSP e a “paumolice” da reitoria, que não se digna a discutir propostas e apresentar resoluções, culminou neste dia 08 de Junho com, novamente, a ocupação da reitoria da USP por funcionários e estudantes. Entraram na marra, detonaram algumas portas e divisórias. Prometem consertar. Espero. Mas o que eu espero mesmo é uma resolução para este imbróglio.

Algumas coisas merecem ser consideradas ponto a ponto:

Rodas, o reitor: Indicado por Serra após derrota no Conselho Universitário (CO), primeiro demonstra que o modelo de administração de nossas universidades estaduais necessita urgentemente de uma reforma. Sem o espaço devido a maior parte do corpo docente, estudantes e funcionários, na escolha do dirigente da universidade, este ascende ao cargo sem legitimidade alguma, o que de pronto já dificulta medidas conciliadoras. Segundo, pela experiência vivida pelos estudantes da FD (Faculdade de Direito, aquele apêndice lá no Largo São Francisco sabem?), enquanto foi diretor daquela faculdade o Sr. Rodas nunca demonstrou dar abertura a discussões, debates e democratização da administração. Emplacou muitas de suas resoluções a fórceps, na surdina, com canetas descaradas sobre questões não resolvidas, muitas vezes sequer discutidas. É um administrador centralizador, totalitário, que sabe habilmente enrolar seus opositores em quilos de burocracia, formulários e promessas falsas. Não deveria passar nem perto de uma ambiente onde a abertura e o dialogo são primordiais e deveriam ser estimulados, o que indica que ele realmente esta no lugar errado.

Brandão e o SINTUSP: Este sindicato, como boa parte deles, este inchado de discurso antiquado e serve mais de entreposto para partidos inexpressivos da esquerda nacional do que como ferramenta de defesa dos direitos dos trabalhadores. A presença maciça de partidos políticos, que fazem das reuniões palanques, que buscam a auto-promoção e vantagens pessoais, a insistência na doutrinação de seus pares e o assédio sofrido por quem se opõe as lideranças atuais são só algumas das aberrações presentes neste corpo político decadente, que como regimes totalitários falidos, sobrevive através da criação de inimigos, de um “mal a ser combatido” (deram sorte... surgiu um!!!). Uma das grandes cagadas da atual gestão do SINTUSP e ser complacente com este antigo líder sindical, demitido por justa causa em meio a uma enxurrada de processos e total apoio da comunidade universitária. De todos – TODOS – os funcionários que já ouvi, nenhum mencionou este senhor como algum adjetivo mais brando do que “pilantra”. Ora, eles alegam que a demissão foi política. Pelo que me consta, há um “corporativismo piqueteiro” na atual gestão, que tenta proteger um dos seus mesmo quando este foi flagrantemente um imbecil. Ele sofreu um processo administrativo e foi destituído do cargo por justa causa. Retirar a “readmissão do Brandão” das pautas de campanha do sindicato faz-se urgente, como maneira de atribuir mais autoridade à mobilização.

PM no Campus: Mesmo sabendo da polêmica, não vejo motivos para a PM ser “proibida” de botar os pés na cidade universitária. Na boa, eles entraram ano passado e deram maior cacete em estudantes e professores. Se formos discutir a maneira como a tropa de choque agiu, então temos um debate. Agora, não se discute a legalidade do ato. Eles não “invadiram” a USP. Tinham autorização judicial para agir, pois os piquetes impediam a circulação de pessoas pelo campus. Todo manifestante sabe que a partir do ponto em que sua atuação impede o fluxo normal de atividades corre o risco de sofrer sanções. É o preço que se paga por parar uma avenida que é importantíssima para o trafego de um bairro, ainda mais com um hospital próximo por exemplo. A mesma constituição que garante o direito aos manifestantes ir as ruas para exigir seus direitos, garante a policia atuar para que esta manifestação não oprima os direitos de outras pessoas. Faz parte. Se houver exagero, a policia tem total direito de intervir. Porque a cidade universitária teria de ser uma “bolha legal” onde a policia não pudesse atuar? E não venham com papo “dos tempos da ditadura” que este não cola mais. Hoje não precisamos fugir do DOPS, nem somos seguidos causa de barba comprida e roupas ripongas (senão ia ter tropa de choque na FFLCH todo dia né).

Direito de greve: Seja qual for o teor do diálogo, atacar o direito de greve da maneira como vimos nesta universidade é uma ofensa a todos os trabalhadores, públicos ou não. Ser punido por lutar por seus direitos, por exigir melhores condições de trabalho, e tão absurdo que justifica, a meu ver, medidas extremas como a ocupação da reitoria. Muitos vem com o papo de que os funcionários “querem ganhar sem trabalhar”. Não sei em que planeta estes infelizes vivem. Os funcionários ganhariam sim pelos seus dias parados de imediato, mas teriam que repor estas horas posteriormente. Não haveria essas “férias remuneradas”.

Finalmente, muito se falou de esta seria uma “greve da Copa”, mas as greves da USP quase sempre começam em Maio (seja Copa, Olimpíada ou final da dança dos famosos), pois o calendário de discussões salariais ocorre um pouco antes desse período... e como elas sempre terminam em briga dá nisso!! E todos folgam nos jogos do Brasil, ou você acha que a tiazinha do bandex é tão tarada assim por futebol pra quer ver todos os jogos de Honduras e Nova Zelândia na competição? Por favor né. Se a desqualificar, que desqualifique a pauta inchada ou a precocidade da greve, que por total insensatez da reitoria, tendo no REItor Rodas seu máximo expoente. É Incrível como sempre vemos nos embates políticos na USP uma seqüência assombrosa de bobagem, disputas de ego, discurso vazio e medidas enganosas. E mais incrível ainda é como uma seqüência de erros dos sindicalistas, mais uma seqüência de erros da reitoria, nos levaram a um cenário onde tudo se reverte em nome de ações ainda mais radicais de ambos os lados, com uma chance cada vez menor de solução a curto prazo. Realmente Rodas, palmas para você. Que excelente reitor você é hein. Vou pedir para me indenizar do dinheiro gasto com refeições fora do bandex este mês, melhor se preparar. Afinal, até este momento, o grande bobo da corte é você!

Bom, já que a greve ta ai né, e agora fudeu de vez... vamos ver no que vai dar.

VEJA FOTOS DA OCUPAÇÃO AQUI

domingo, 23 de maio de 2010

Reuniões, política e movimento estudantil

Nesta semana, com ainda algum tempo livre, tive a oportunidade de acompanhar a reunião expandida do centro acadêmico de filosofia. Com cerca de umas 40 pessoas, o tema era objetivo, e apropriado ao momento: Movimento Estudantil. Em tempos de greve, como agora, é sempre um assunto que ganha repercussão e deve ter seu debate incentivado entre os estudantes e entre os diversos segmentos da universidade, como funcionários, professores e todos que de alguma forma tem participação no seu funcionamento, ou seja, todos nós. Não acredito que implicações no mecanismo de gerenciamento de um bem público devem ser discutidas a portas fechadas. Obviamente, o interesse maior e o conhecimento das pautas pertence aos que convivem e usufruem do ambiente e dos serviços do setor, mas todos tem direito a conhecer a reivindicações e formular opiniões sobre o assunto.

A reunião seria a corroboração de uma anterior realizada pelo centro acadêmico de filosofia (CAF) que haviam estipulado as pautas e o inicio dos diálogos sobre os temas que seriam levados a reunião ampliada. Esta reunião é uma forma de tentar expandir a discussão e legitimar as decisões do centro acadêmico, submetendo-as à apreciação do maior número possível de estudantes. Logo no início da reunião você começa a detectar os personagens principais, que assumem papéis, ou às vezes são revestidos deles pelos outros participantes, principalmente os que se opõe.

Apesar das coisas serem - como quase sempre - muito mais complexas do que a redução de posturas entre direita e esquerda, revolucionário ou pelego, quando foi tratado o tema greve (cujo indicativo havia sido aprovado na reunião anterior do CAF e levado neste dia para votação) viu aquele tradicional discurso de separação entre favoráveis e contrários, colocados de um lado e de outro do Muro de Berlim. Infelizmente com o gasto de tempo e energia nesse empurra-empurra discursivo, as opiniões mais gerais sobre movimento estudantil, mobilização dos estudantes e analise das propostas que causaram a greve ou não ficaram em segundo plano. A impressão que se dá é que se perde muito tempo com agulhadas e insinuações dentro destas reuniões.

No final - muitas vezes o grupo mais participativo na gestão dos CAs retarda ao máximo as votações, para que o número de pessoas que estão na reunião (audiência rotativa) diminua e restem apenas seus "correligionários", que apóiam sua proposta e fariam mais peso na votação - foi decidido pela revogação do indicativo de greve, e pela não participação dos alunos em piquetes do movimento grevista atual. Os alunos da filosofia, por decisão coletiva, não entrarão em greve nem participarão auxiliando os funcionários.

Para mim, o grande problema está nas chamadas "decisões coletivas". Primeiramente porque elas não são tomadas por todos. Apesar de todos poderem participar, quem capacita estas reuniões são apenas um pequeno número de pessoas. As decisões do CAF, que representa os alunos, sinceramente, nunca me representaram. Não sei porque devo seguir suas determinações nem diretrizes, assim como as tomadas nas demais assembléias estudantis. A questão da representação não é apenas de foro intimo, de sentir-se representado ou não. Pois, se observarmos de maneira mais ampla, qual o significado de que a assembléia geral dos estudantes da USP tome decisões em votação com uma parcela irrisória de estudantes, compostos principalmente de granulos partidários. O afastamento da maioria diante deste mecanismo de decisão também não seria um sintoma de que este modelo de representação não serve para os estudantes? Não sei, não pensei profundamente numa proposição assim, mas ainda creio que o silêncio quase sempre também diz alguma coisa.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Copa do Mundo: convocações, espectativas e curiosidades.

Hoje sentimos pela primeira vez no ano aquela tensão típica de momentos decisivos. Dunga finalmente convocou sua seleção. "Sua" porque é dele mesmo. Ninguém mais concorda. Com uma ou duas peças diferentes poderia ter garantido a tranquilidade da preparação, o apoio da população e da imprensa, além de injetar mais qualidade num elenco que prima pelo esforço e pelo rigor tático.

Mas confesso que para criticar o treinador, que até agora tem uma performance irretocável no comando da seleção, é preciso não se importar com todo o trabalho já feito ou estufar o peito e encarar de frente a possibilidade de que mesmo indo bem até então, é possível melhorar. Há algumas posições onde se prefere este ou aquele, mas como eles tem um futebol parecido e jogo semelhante, no final tanto faz. Agora, há ausências clamorosas!!! Sem peças no elenco atual que justifiquem a não convocação destas, seja por característica ou por desempenho.

 Levar o Doni, que mesmo com grande experiência com a amarelinha não tem feito por merecer sequer o banco do seu time na Itália, a Roma, e mesmo após voltar de contusão, não parece ter encontrado o melhor ritmo (claro que é terceiro goleiro, o estepe do estepe, mas no caso de uma gigantesca fatalidade, eu preferia ter o Vitor do Grêmio para contar). O meio-campo, lugar do craque, do cérebro, do motor de um time, vai menos qualificado dependendo totalmente do brilhantismo de um Kaká que talvez não tenha condições físicas adequadas pra desempenhar todo seu futebol. Sem Paulo Henrique Ganso, nem Ronaldinho Gaucho, nem Alex, nem Diego, nem mais ninguém desse oficio criativo, a criação de jogadas dependerá e muito de recuos do Robinho para buscar a bola, de chegadas contundentes de nossos laterais e acima de tudo, de boas partidas de nossos volantes, com boa chegada ao ataque como elemento surpresa (algo que espero principalmente do Ramirez).

A única boa noticia me parece a ausência de Adriano. Mas não vou colocar apenas como mérito do Dunga. O centroavante do Flamengo fez o de tudo para perder sua vaga na copa. Conseguiu. Parabéns.

Acredito que este é um time forte sim, já mostrou isso. É vencedor e tem algo que faz muita diferença num torneio tão rápido: entrosamento. Agora, não há santo que me convença de que uma ou duas peças poriam tudo a perder. Boa parte enfrenta problemas fisicos e técnicos, não chegando talvez em condições de serem jogadores competitivos durante toda a competição. Falta banco e isto é claro!! Se Dunga havia feito um pacto com os jogadores anteriormente, não deveria ter feito. Parece que a certeza da convocação acomodou alguns. 

Espero que esta lista rode. Até porque temos jogadores melhores na reserva da convocação do que no banco de reservas... vamos começar a campanha "MACHUCA BRASIL"!!!  Bora suplentes!!! (Brincadeira viu o.O)

OS 23 CONVOCADOS PARA A COPA-2010

    GOLEIROS                                           
    Júlio César (Inter/ITA)
    Doni (Roma/ITA)
    Gomes (Tottenham/ING)
    LATERAIS
    Maicon (Inter/ITA)
    Daniel Alves (Barcelona/ESP)
    Michel Bastos (Lyon/FRA)
    Gilberto (Cruzeiro)                        
    ZAGUEIROS
    Lúcio (Inter/ITA)
    Juan (Roma/ITA)
    Luisão (Benfica/POR)                                        
    Thiago Silva (Milan/ITA)
    VOLANTES
    Felipe Melo (Juventus/ITA)
    Gilberto Silva (Panathinaikos/GRE)
    Josué (Wolfsburg/ALE)
    Kleberson (Flamengo)
    MEIAS
    Kaká (Real/ESP)
    Ramires (Benfica/POR)
    Elano (Galatasaray/TUR)
    Júlio Baptista (Roma/ITA)
    ATACANTES
    Luís Fabiano (Sevilla/ESP)
    Robinho (Santos)
    Nilmar (Villarreal/ESP)
    Grafite (Wolfsburg/ALE)


LISTA DE ESPERA

Alex - zagueiro do Chelsea-ING


Sandro - volante do Internacional


Marcelo - lateral-esquerdo do Real Madrid-ESP


Ronaldinho Gaúcho - meia do Milan-ITA

Paulo Henrique Ganso - meia do Santos
Carlos Eduardo - atacante do Hoffenheim-ALE
Diego Tardelli - atacante do Atlético-MG


Caso algum dos 23 da 'lista principal' tenha de ser cortado até o dia 31 de maio, Dunga terá de chamar algum atleta entre estes 7 suplentes.


Após 1º de junho, se alguém se machucar, o substituto não precisa estar, necessariamente, na lista de suplentes.

fonte: UOL
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Para não falar que a nossa convocação foi a mais discutida, vou mostrar um verdadeiro absurdo: a convocação da Itália pelo treinador Marcello Lippi. Pode se questionar - e muito - não levar jogadores com Cassano e Luca Toni, agora deixar de fora Del Piero e Totti?????? Del Piero e Totti???????? Se aqui não ficamos satisfeitos com o Dunga, lá estão emputecidos com o Lippi!!! E dá-lhe pressão!!!!! E a imprensa italiana é muito mais corneteira que a nossa...

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A copa tem uma coisa bacana: os hinos!! Acho legal conhecer as melodias, letras e significados que os cercam. Se identificam um coletivo, um momento histórico, uma cultura própria, é sempre algo legal ^^

E vocês sabem qual o hino mais famoso do mundo? Pesquisa feita não não sei por qual instituto, vi a noticia num blog, mas ela é tão plausível que eu não consegui duvidar mesmo com poucas referências. De acordo com a noticia, a pesquisa durou quase um ano, feita em vários continentes e cada entrevistado - que só não poderia citar o próprio hino nacional - falaria o primeiro que le viesse a cabeça. O segundo lugar ficou com a Marselhesa, o populríssimo hino francês, e o primeiro lugar... bem, eu me surpreendi na hora, é melhor você ouvir aqui 

O resultado me faz pensar o que as pessoas entendem por "hino" e o poder que o marketing tem na sociedade moderna, já que é praticamente o vencedor é praticamente um jingle!!! O hino da Fifa ficou em quinto lugar, fora diversos hinos de clubes tanto de futebol quanto de outros esportes... interessante!!!





segunda-feira, 10 de maio de 2010

Votuporanga - dia das mães

Dias calmos, tranquilos, casa em reforma, bagunça, poeira, cachorro maluco, muita gente, muita gente, muita gente!!!

Reviravoltas, indecisões, definições, passos adiante e passos atrás, supresas e alegrias.

Fins de Semana deveriam ser sempre assim... intensos!!

sábado, 1 de maio de 2010

Curtinhas

Coisas que passam pela cabeça no dia a dia:

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Vou instalar um Car System na Carol...

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Me espanta que aquela máxima vitoriana de "Casar pra sair de casa" possua um equivalente nos dias de hoje... das meninas que o pai só permite sair acompanhada da irmã, melhor amiga ou namorado (devidamente credenciado e aprovado pela estância parental).

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É comum se espantar com condomínios de alto padrão ao lado de favelas... mas acho o centro de São Paulo ainda mais idiossincrático.

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Não sou católico, mas reconheço o poder da "aura de templo" que as igrejas possuem. Ao entrar naqueles portões você se percebe repentinamente em outra dimensão, como se o mundo andasse mais vagaroso, sereno. É bem isto que sinto ao visitar a Catedral da Sé... a não ser pela pachorra de colocarem uma lojinha de souvenirs dentro do salão principal... que idéia estúpida!!

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Você sabia que o Hino Nacional Espanhol, conhecida como Marcha Real, não possui letra oficial?  A música permanece a mesma, mas há diversas versões com letra que foram executadas com maior ou menor adesão ao longo dos anos. No ano de 2007, o Comitê Olímpico de lá fez um concurso para eleger uma letra que seria cantada pelos espanhóis em eventos esportivos, para depois pleitear o lugar de "letra oficial". O texto vencedor não conseguiu agradar, sendo até hoje mais famosa a letra utilizada durante o Regime Franquista, mesmo sendo deixada de lado pelo governo que tenta se desvencilhar de qualquer lastro com aquele período.

Pessoalmente acho estupidez... a letra utilizada no período ditatorial não possui nenhum traço ofensivo, autoritário ou que ofenda a memória dos cidadãos que sofreram com o regime. É uma letra belicosa, ufanista, pregando união e integração social como todas as outras costumam ser. Em todo caso, o que ela representa talvez justifique uma nova letra. Não sei como deve ser este sentimento. Felizmente não vivi numa ditadura.


quarta-feira, 28 de abril de 2010

Menino da Vila

Talvez seja o nome mais citado na imprensa brasileira nos últimos dias. Mais que Ronaldo e Adriano, mais que Dilma e Serra . Nem o Ciro com sua AK47 verbal pode com ele!! Neymar, como diria o trovador, é o "Cara" do momento!!


O "cara" e o panda.

Garoto ainda, no auge daquela fanfarronice típica da passagem adulto-adolescente (que todos nós muito bem desfrutamos... e gostamos de prolongar... aaah como é bom!!), sente a algum tempo o furor de se tronar um astro. Parece não ligar muito de fato. Age tão naturalmente diante do publico e da imprensa, que chega a passar a impressão de mascarado. O que é um assinte, já que, na sua malemolência de moleque espertalhão, não a espaço pra encenações (fora os saltos, duplos twist-carpados, que executa em campo a cada toque do defensor adversário, com força justificável para tal ou não).

A verdade é que para alguns cricri-ticos, ele muito incomoda. O rapaz é pura autenticidade, coisa que não se engole no seco muitas vezes. Boleiro de várzea, garoto de matar aula no campinho pra jogar descalço. Figurinha folclórica, quase um saci praiano (mas com um par de pernas, senão não pedalava). Tem um grande futuro pela frente. Um futuro que pode ser glorioso se ele não for apenas o que é hoje, já que, como tantos outros garotos - trabalho em uma escola e conheço dezenas de figurinhas parecidas... boa gente - canta de galo na sua zona de conforto mas não se vira muito bem longe dela.

Me explico: malandro que é malandro manda é desmanda no morro (alegoria sambística de muito estilo) mas quando vai ao asfalto, ai sim, testam-lhe o jogo de cintura. O esperto se vira bem nos seus domínios. Conhece, conversa e escuta. Sabe se mover pelos seus recantos, que lhe são caros desde a infância. Agora, e quando por um acontecimento - fortuito ou não - essa figurinha tem que sair de seu ambiente, trilhar novas sendas, tatear pelo escuro num cômodo cheio de móveis pontiagudos? Aqui está o desafio, quando se separam os homens (mesmo que moleques) dos moleques (mesmo que homens).

Vendo a entrevista concedida ao Estadão (clique aqui) ficam claras algumas particularidades. Confiança irrestrita no pai e no assessor, que gerenciam sua carreira. Desejo de ser grande. Vontade de cumprir o que desde as peladas no campinho e ingresso na base do clube do litoral passou a ser visto como seu "destino". Não me espanta o desinformação, muito natural. O desejo de consumo também, modo ativo de realização instantânea. Isso pra não comentar as tão polemicas declarações sobre ser negro ou não e a vaidade pouco acima da média que alguns adoram condenar. O que realmente me impressiona é o sentimento de que ninguém nunca lhe disso que ele pode ser algo além do "Neymar, menino da vila".

Provavelmente ele está muito satisfeito com a vida (e não é pra menos) e não almeja nada diferente por hora. Foco, concentração e "vamo que vamo"!! Entretanto, não são poucos os casos (e a vida é sabia conselheira) que expressam a necessidade de ter joelhos fortes - trocadilho futebolistico? - para suportar a pressão dos ombros pesados de responsabilidade. E elas vem. Sempre. Cedo ou tarde. Alguns cedem. Vários casos temos para observar, isso falando só dos contemporâneos: Robinho, Ronaldinho Gaúcho, Adriano, Ronaldo, Romário (falido), Wagner Love, Carlos Alberto, Roger "Celebridade" Flores... Todos jogadores de sucesso, mas com carreiras de altos, baixos... e fundos... e masmorras. Instabilidade, escândalos, palhacinhos no circo dos tablóides... e voluntariamente!!! Não é questão de dizer que ninguém é santo, mas sim de que, em muitos momentos, grandes nomes fazem sim coisas estúpidas. Se fosse só no futebol...

O fato é que educação vem de berço sim, mas não somente. A vida ensina, mas nem sempre educa e não basta apenas ser bom no que se faz para ter sucesso. O Mundo não é mãe, é madrasta (no sentido waltdisneytiano...) e qualquer figura um pouco mais proeminente é forte candidata ao cargo de vidraça. A questão é como se reage às pedradas. E temo sinceramente que o jovem Neymar não seja capaz de aprender com os erros de seu colega Robinho, que podia ser muito mais do que é hoje, mesmo como jogador. Se não quis mais, é uma escolha pessoal e dá pra ser perfeitamente feliz também, entretanto, ele quer ser o melhor do mundo ou não. Não adianta ser ambicioso sem preparo.

O rapaz é novo, verde, tem muuuito a aprender, mais fora de campo do que dentro dele, e se deseja realmente ser o melhor, marcar época, ídolo de uma geração, não basta ser Neymar. Não bastar ser menino da vila, tem que ser homem. E isto passa por mudanças que espero que ocorram em breve. Pois nem tudo se emenda com esperteza quando o que se exige, sem mais, é inteligência.

P.S: Faço coro com o internauta Ronaldo P. Nunes, que no dia 27/04, no blog do Paulinho (http://www.midiasemmedia.com.br/paulinho/) decidiu que seria muito mais adequado deixar de lado os pedidos para o Neymar ir a Copa (pessoalmente, chamaria dessa turma só o PHG) e que deveriamos fazem campanha para que ele voltasse a escola, amandonada por não conseguir conciliar com os estudos (matéria sobre isso, também fornecida por Roanldo P. Nunes, no citado blog, aqui). Ele faz curso de inglês e bem que poderia continuar com aulas particulares, mesmo não tendo uma vida escolar normal. Existem provas de readaptação para isso. É uma pena que essa iniciativa parte de quem deveria zelar pelo seu futuro. Então endosso o coro: NEYMAR RUMO A ESCOLA 2010!!! Supletivo segundo semestre... inscrições abertas ^^