segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Leitores Paulistanos



O salutar hábito da leitura ganhou um espaço muito próprio em São Paulo. Estou falando do trânsito!

Não vamos culpar a falta de boas bibliotecas (mesma que seja uma acusação com fundamento) ou de outros espaços para esta nobre atividade. O real culpado é o ritmo da vida moderno-urbano-cosmopolita.

A maioria das pessoas já restringe o uso do seu status de "alfabetizado" - seja a la Tiririca ou não - a situações frugais e cotidianas, como conferir os recados do Facebook, observar um anúncio ou folhear uma revista na sala de espera de algum lugar que te faz esperar (que são muitos, mas poucos com sala de espera...). Enfim, o exercício da leitura é constante, mas raramente foge do automático.

Dizem que para você realmente se concentrar em um texto, ele deve ser o ponto central de sua atenção. Portanto, em uma cidade onde muitas pessoas vivem soterradas pelo trabalho, com a agenda apertada e nem em casa conseguem relaxar (tarefas domésticas, filhos irritantes, vizinhos malignos, as opções são muitas) o único jeito de desacelerar esta rotina é na marra!! E nada mais eficaz para realizar esta árdua tarefa nesta grande metrópole do que o trânsito nosso de cada dia. Seja rico ou pobre, motorista ou passageiro, ninguém escapa deste monstrengo (ainda mais em dias de chuva). E como as pessoas já sabem que não tem como escapar, e por mais pressa que tenham, podem apenas esperar, o tédio - e a culpa por estar perdendo tempo - são sanados com a leitura.

Aqui está! O futuro da educação brasileira.



Revistas, textos xerocados do seminário da semana seguinte, quadrinhos, jornalecos distribuídos no farol (que se multiplicaram seguindo a tendência do tráfego literário)  e os livros dos mais diversos tipos (espíritas e de auto-ajuda são os lideres de audiência) todos encontraram seu espaço na vida dos paulistanos. Me espanta o número de pessoas lendo algum em um dia de engarrafamento. No ônibus é o mais comum, mesmo entre os passageiros que estão de pé, mas já vi motoristas em seus carros aguardando o sinal abrir e mesmo motoboys se contorcendo para fazê-lo sem cair da moto. A literatura está em alta na metrópole senhores!! 

Agora basta o governo se tocar e explorar o potencial educacional desta situação! O brasileiro lê pouco, mas podemos reverter isto. Chega de bibliotecas! Trânsito para todos já! Vamos levá-los as regiões mais atrasadas do Brasil e promover a verdadeira revolução pela cultura.

Tenho certeza que as montadoras irão adorar a novidade!

P.S: Lembrando sempre que como nada é fácil na vida, desde já precisamos, para que a idéia dê certo, proibir os jogos de celular e videogames portáteis.

2 comentários:

  1. Proíbam os celulares com música urgente!
    Mas curti o texto... bizarro. ashauhsuas =P

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  2. Algum aluno usa celular enquanto joga video-game? Ou usa o computador? Ok, pode até atender uma ligação ou consultar alguma coisa no aparelho, mas isso porque essas coisas são informais, na escola isso não aconteceria...mas só se...bom: O meu ponto é que a escola tem que passar a ser interativa e ativa assim como a internet e os video-games. O interesse aumentaria muito! O modelo de educação que a gente tem é estático, os alunos ficam "sedados" sendo obrigados a ouvir papos chatos - e quando os professores tentam tornar tudo legal os alunos aprendem em uma camada superficial...sei por experiência própria. A escola funciona em um esquema industrial, ainda usamos (no mundo todo) um modelo construído durante a revolução industrial. Alunos são separados por anos [de fabricação] - e não por desempenho, aproveitamento -, há o sinal pra eles entrarem e sairem do 'turno', as matérias são artificialmente separadas.
    O que a gente precisa é dar o ensino básico, depois o médio, numa progressão mais ou menos igual a atual. A diferença, pra mim, é que deveríamos separar os alunos por desempenho e interesse, além de tornar as aulas o máximo interativas possível e, também, nas quais os alunos possam realmente ver (e se possível tocar) o que estão aprendendo. Os tempos mudaram radicalmente e a escola ainda é a mesma...e a gente continua culpando os alunos!

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Expressão com bom senso