quarta-feira, 21 de abril de 2010

Enquanto isso, nos batidores...

Hoje resolvi falar de futebol. Ou melhor, não falar de futebol. Porque é isto que vem ocorrendo na imprensa esportiva nos últimos tempos. Lembra aquele espaço que era tomado por discussões de quem era o melhor jogador, se aquele lance foi pênalti ou não, se aquele jogador recém-contratado encaixaria bem no esquema daquele time? Discussões técnicas e táticas, levadas a exaustão em programas na hora do almoço e nos fim das noites de domingo. Chegaram por muitas vezes ao limite do enfadonho. Era ridículo trocar os canais e ver 3 mesas redondas reprisando o mesmo lance varias e varias vezes, para não chegar a conclusão alguma. Bem faz parte. Mas o que eu quero dizer é que tenho reparado ultimamente que este tipo de cobertura tem perdido muito espaço.

Nos últimos anos, o torcedor anda bem melhor informado sobre o dia dos clubes, as transações envolvendo clubes e empresários, conhece melhor os acertos para patrocínios, cotas de transmissão, etc. Inundados de jornais, revistas,canais de Radio e TV, blogs, o torcedor se tornou bem mais exigente quanto ao que deve ser transmitido a ele. Os interesses mudaram. A recepção também. Um exemplo disto para mim ocorreu nos últimos dias.

Mesmo com as grandes equipes do país disputando as final dos regionais (já muito debilitados) e vagas na Libertadores, os grandes tópicos se concentraram nos bastidores, na política que rege o mundo da bola. Mesmo com a disputa entre Flamengo e Botafogo pelo titulo no Rio, a luta de Cruzeiro e Inter para garantir uma vaga no torneio internacional e da semifinal entre Santos e São Paulo, o que dominou o noticiário esportivo foi a eleição do Clube dos 13 e a disputa entre Fabio Koff e Kleber Leite (apoiado pela CBF), o destino da desejada (para mim deviam derreter a maldita, mas enfim...) Taça das Bolinhas, a situação do Morumbi para sua utilização na Copa de 2014. Olhando bem, são todas situações evitáveis, se houvesse um mínimo de lisura em tudo que se move por trás das cortinas do esporte. Até o COB só surge pra se envolver em alguma polêmica, mas logo dá de ombros.


DERRETAM-NA!!!

Isto mostra um cenário interessante, onde as facilidades de se vincular informação auxiliar a imprensa esportiva a ser mais incisiva sobre assuntos totalmente políticos, tarefa que era execrada por muitos jornalistas, não querendo se enfiar neste meio. Agora, uma coisa é trazer o fato, outra muito diferente e repercutir picuinhas sem sentido. Se eu ouvir falar da Taça de bolinhas mais uma vez,juro que já começo a sentir falta dos intermináveis debates sobre se tal lance foi pênalti ou não.

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